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A italiana Filippo Berio já fatura R$ 90 mi no Brasil e cresce não só com o preço (alto) do azeite

A marca de azeites Filipo Berio já aumentou seu volume de vendas em 70% neste ano

Filippo Berio: a marca de azeites está presente em metade dos varejistas brasileiros (Filippo Berio/Divulgação)

Filippo Berio: a marca de azeites está presente em metade dos varejistas brasileiros (Filippo Berio/Divulgação)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 21 de dezembro de 2023 às 17h22.

Última atualização em 22 de dezembro de 2023 às 14h19.

O preço do óleo de azeite nunca esteve tão alto. Enquanto a inflação brasileira desacelera e acumula alta de 4,68% de janeiro a novembro, o preço médio do azeite de oliva no mesmo período e chegou a 33,23%.  O valor do óleo tem pesado no orçamento das famílias e a tendência é que o custo continue alto nos próximos meses diante dos problemas na safra global.

A formação de preços do azeite se dá no mercado internacional e a Europa concentra 75% da produção mundial. A safra global de 2022 foi a pior da história, com queda de 26%, comparada com o padrão histórico. A expectativa era de melhora em 2023, mas isso não tem se confirmado. Este ano, a categoria cresceu apenas 2,7% no Brasil, de acordo com levantamento da Nielsen IQ.

Apesar do contexto desfavorável, novas marcas internacionais estão apostado suas fichas no mercado brasileiro nos últimos anos -- e disputando espaço nas nas gôndolas dos supermercados com marcas nacionais premiadas. De acordo com o Conselho Oleícola Internacional (COI), o Brasil é o quarto mercado mundial de azeites.

É o caso da marca italiana Filippo Berio. Com escritório em São Paulo desde 2020, a companhia vendeu 2,5 milhões de litros de azeite neste ano e espera faturar cerca de R$ 90 milhões.

O aumento de preços na categoria impulsionou os resultados da empresa, diz Leonardo Johnson Scandola, diretor comercial da Filippo Berio na América do Sul. Hoje, uma garrafa de azeite extra virgem de 500 ml é vendida por cerca de R$ 35,99.

Porém, ele destaca que o volume de produtos também cresceu em 2023. Entre janeiro e outubro, a quantidade de produtos vendidos cresceu 70%. Há dois anos, a marca tinha distribuição em 27% no varejo do Brasil. Hoje, a companhia está em metade dos varejistas brasileiros.

"Incrementamos os nossos volumes e repassamos o aumento de preços. Isso nos levou a mais do que o dobrar o crescimento em valor no varejo brasileiro, confirmando nossa liderança", diz o diretor comercial.

Como o negócio foi criado

A marca de azeite de oliva foi fundada em 1867, quando o empreendedor que leva o nome da marca começou a prensar azeitonas em sua pequena fábrica, na Toscana.

Em 1919, a filha de Filippo Berio, Albertina, e alguns industriais toscanos fundaram o Grupo SALOV, atualmente a maior a maior indústria de azeite da Itália. A companhia conta com uma fábrica e 75 hectares de oliveiras e quatro filiais no mundo: Estados Unidos, Reino Unido, Rússia e China -- além do escritório em São Paulo. No último ano, a produção foi de 120 milhões de litros de azeite de oliva e o faturamento foi de R$ 2,73 bilhões.

Uma das principais representantes do mercado global de azeite, a marca italiana está presente em mais de 75 países e, pelo terceiro ano consecutivo, subiu ao pódio em concurso organizado pela Brazil iOOC - International Olive Oil Competition, recebendo medalha de prata pelo azeite “Filippo Berio Riserva Oro”.

“A Filippo Berio é líder absoluta no Reino Unido, com mais de 25% do mercado de azeites, e desfruta de uma posição de destaque nos Estados Unidos, Rússia e Suíça. Agora, estamos comprometidos com os consumidores do Brasil, o quarto maior mercado mundial de azeite", diz o executivo.

O plano de expansão no Brasil

A marca italiana entrou no mercado brasileiro em 2019 e abriu um escritório no país no ano seguinte. Com distribuição nacional, a Filippo Berio se tornou neste ano o azeite italiano mais vendido no Brasil -- com 4% de participação no mercado nacional.

Para 2024, a expectativa é aumentar a presença nos varejistas das regiões Sul e Nordeste.

"Queremos reforçar a nossa presença no Sul do país onde os brasileiros tem uma grande tradição de cultura e costumes italianos. Outra meta é reforçar a nossa presença no Nordeste, região na qual ainda nos falta bastante distribuição, mas crescemos 26%  na comparação com o ano passado", diz Scandola.

O recente aumento do portfólio da marca no Brasil também deve impulsionar o crescimento em 2024. Além dos azeites, a companhia conta com molhos de tomate, pestos e vinagres. "Queremos ajudar os brasileiros no dia a dia com produtos tradicionais na cozinha italiana", diz.

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