Negócios

A glamurosa vida do criador do Snapchat, Evan Spiegel

Evan Spiegel é o bilionário mais novo a construir sua própria fortuna. Com 26 anos, ele tem US$ 2,1 bilhões

Evan Spiegel: cofundador e presidente da Snap rejeitou oferta de 3 bilhões de dólares do Facebook em 2013 (Steve Jennings/Getty Images)

Evan Spiegel: cofundador e presidente da Snap rejeitou oferta de 3 bilhões de dólares do Facebook em 2013 (Steve Jennings/Getty Images)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 15 de janeiro de 2017 às 08h00.

Última atualização em 16 de janeiro de 2017 às 09h06.

São Paulo – Quando o Snapchat começou a ganhar popularidade, muitos se perguntaram qual era o propósito de uma rede social na qual as fotos e textos desapareciam em segundos.

No entanto, o app ganhou o gosto de jovens e adolescentes, cansados das redes sociais convencionais. Isso porque os fundadores também eram bastante jovens. Evan Spiegel tinha apenas 22 anos quando criou a rede social, enquanto ainda era um estudante universitário.

Historicamente, fotografias são usadas para registrar e guardar grandes momentos da vida. O Snapchat, com fotos que se autodestroem em poucos segundos, quebra com conceito, explica Spiegel em um vídeo. “No Snapchat, usamos as fotos para conversar”, diz ele. “É uma expressão instantânea de onde estou e do que estou sentido”, explica.

Evan Spiegel é o bilionário mais novo a construir sua própria fortuna. Com 26 anos, ele tem US$ 2,1 bilhões, de acordo com a Forbes.

Ao contrário de outros bilionários de tecnologia mais discretos, Spiegel é conhecido por aproveitar sua riqueza. Dono de uma mansão de US$ 12 milhões em Los Angeles onde mora com sua noiva, a supermodelo Miranda Kerr, ele se presenteou com uma Ferrari depois de uma rodada de investimentos bem-sucedida na startup.

Infância e juventude

Assim como muitos bilionários no mercado de tecnologia, Spiegel foi uma criança tímida e com poucos amigos. Construiu seu primeiro computador quando ainda era pré-adolescente e passava os fins de semana nos laboratórios da escola. "Meu melhor amigo era o professor de computação, Dan", disse ele em entrevista a Forbes.

Ele veio de uma família de classe alta na Califórnia. Sua mãe, Melissa, estudou direito em Harvard e seu pai, formado em Yale, atuou como advogado para grandes nomes, como Sergey Bin, do Google, e a Warner Bross. Com o divórcio dos pais, se mudou para a casa do pai, de onde saiu apenas para fazer faculdade e para morar com sua noiva.

Ele começou a estudar design de produtos em Stanford em 2010, onde conheceu Bobby Murphy, que estudava matemática e ciências da computação. Ele seria seu futuro sócio no Snapchat, criado em 2011 como um projeto para uma aula. Reggie Brown também foi um dos fundadores, mas deixou a companhia.

E, da mesma forma como outros empreendedores, Spiegel deixou a faculdade em 2012 para se dedicar exclusivamente ao Snapchat.

Zuckerberg vs. Spiegel

Pela pouca idade e por também ter abandonado a universidade para criar uma rede social, Evan Spiegel é comparado com Mark Zuckerberg, fundador e presidente do Facebook.

Zuckerberg também achou que os dois eram bastante semelhantes, tanto que enviou pessoalmente um e-mail a Spiegel, demonstrando interesse em conhecê-lo. Spiegel, no alto de seus 22 anos, respondeu: adoraria encontrá-lo, se você vier até mim.

O primeiro encontro ocorreu quando a startup ainda era uma recém-nascida, em 2013. Zuckerberg mostrou um novo produto que a rede social iria lançar, o Poke, que compartilhava imagens efêmeras.

"Era basicamente como se ele dissesse 'nós vamos massacrar vocês'", disse Spiegel em entrevista a Forbes.

Mas ele não cedeu. Assim que retornaram ao escritório, Spiegel e o cofundador Bobby Murphy encomendaram um livro para todos os seis funcionários da empresa. Era "A Arte da Guerra" de Sun Tzu.

Logo em seguida, o presidente do Facebook fez uma oferta para comprar o Snapchat por US$ 3 bilhões. Spiegel disse não.

Hoje, a companhia tem mais de 1.000 funcionários em três continentes, valor de mercado de US$ 25 bilhões e está preparando uma oferta pública de ações para o primeiro trimestre de 2017.

No entanto, Zuckerberg ainda não desistiu da briga. O Instagram, rede social que foi comprada pelo Facebook, lançou o Stories em agosto do ano passado, uma aplicação muito semelhante ao Snapchat.

Poucos meses depois, veio o contra-ataque do Snapchat, o seu primeiro produto físico.

Na Califórnia, de óculos escuros

Spiegel começou a namorar a super modelo Miranda Kerr em 2015 e logo ficaram noivos.

Na primeira viagem do casal - para Big Sur, região na Califórnia, Estados Unidos - ele começou a testar um novo produto, que foi a primeira investida da companhia em hardware.

Ele filmou todo o trajeto de sua caminhada nas montanhas, mas não com a câmera do seu smartphone. Ele usou óculos escuros, que receberam duas pequenas câmeras e conexão com o smartphone.

O aparelho grava vídeos de 10 segundos em primeira pessoa e os vídeos são circulares, mais semelhantes ao olho humano, diz Spiegel.

"Estávamos andando por entre as matas, pisando em galhos e troncos, olhando as árvores maravilhosas. Quando vi as filmagens mais tarde, eu podia visualizar minha própria memória. Era inacreditável. Uma coisa é ver as imagens de uma experiência que você teve, mas outra é ter a experiência da própria experiência. Foi o mais perto que já cheguei de me sentir como se estivesse lá, de novo", disse na ocasião da inauguração do produto.

Ao mesmo tempo em que lançou os Spectacles, companhia mudou o seu nome para apenas Snap Inc., para sinalizar que é maior do que o aplicativo Snapchat. O aparelho começou a ser vendido em novembro por US$ 129.

Acompanhe tudo sobre:Bilionáriosempresas-de-tecnologiaSnapchat

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'