Negócios

A empresa que convenceu Jeniffer Castro a fazer publis após o episódio do avião

Banca Digital cuida de mais de 40 perfis em redes sociais, com uma audiência que passa de 58 milhões de seguidores únicos

Murilo Henare, da Banca Digital: "Quando algo viraliza, estamos sempre atentos, porque é ali que estão as oportunidades" (Marcus Steinmeyer/Divulgação)

Murilo Henare, da Banca Digital: "Quando algo viraliza, estamos sempre atentos, porque é ali que estão as oportunidades" (Marcus Steinmeyer/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 15h36.

Última atualização em 9 de dezembro de 2024 às 17h08.

Jeniffer Castro estava sentada, fones de ouvido, janela garantida. Uma criança queria seu lugar. Uma mãe insistiu. Ela ficou firme. E foi assim que, de um vídeo gravado por uma passageira, Jennifer saiu de 700 seguidores para 2 milhões em poucos dias – e, de quebra, fechou sua primeira publicidade com o Magazine Luiza, com outras no radar.

Por trás dessa história está a Banca Digital, uma agência especializada em transformar memes, histórias virais e páginas de humor em grandes negócios.

Criada pelo paulista Murilo Henare, a Banca foi a primeira a enxergar o potencial comercial de Jennifer e a conectar as partes para que a protagonista do vídeo do avião se transformasse em uma das campanhas mais comentadas do ano.

Conectando as peças: da janela ao patrocínio

Quando Jennifer começou a viralizar, a Banca Digital procurou a bancária para oferecer ajuda sobre como lidar com a fama inesperada.

"Ela nos disse: ‘Nem sei por onde começar. Não sei quanto cobrar, como fechar contratos.’ Então, demos todo o suporte para ela, desde precificação até as negociações. Em troca, ela topou deixar a gente tocar tudo até o Natal", conta Henare.

Com Jennifer sob os cuidados da agência, a Banca agiu rápido.

"Vimos que era uma história curiosa e com um engajamento gigantesco antes mesmo de viralizar completamente. Conversamos com ela, entendemos o que tinha acontecido e conectamos a Magalu, que é um dos nossos parceiros mais próximos. Eles toparam de primeira".

O resultado foi uma campanha que aproveitou a fama da nova influenciadora. No vídeo, Jennifer está tão concentrada nas promoções do Magalu que ignora todo o tumulto ao seu redor.

Em menos de 24 horas, o conteúdo acumulava mais de 27 milhões de visualizações.

O que a Banca Digital faz

A Banca Digital não é só sobre memes.

A agência gerencia 40 perfis no Instagram, incluindo grandes nomes como @ginaindelicada e @nanarude, com uma audiência que chega a 58 milhões de seguidores únicos.

O trabalho da Banca é cuidar de tudo: criação de conteúdo, curadoria, moderação e estratégias comerciais. Além disso, eles oferecem suporte completo para criadores e marcas.

"Temos uma cartilha para garantir o bom uso das redes, uma equipe que modera os perfis e um olhar estratégico para novas oportunidades".

A empresa também é conhecida por atuar com agilidade em conversas que já estão em alta. Essa estratégia, chamada de social hacking, foi o que conectou Jennifer ao Magazine Luiza e transformou o viral do avião em uma das campanhas mais comentadas do ano.

Qual é a história da Banca Digital

A história da Banca Digital é tão única quanto os memes que ela viraliza.

Murilo Henare, o fundador, nasceu em São Matheus, periferia de São Paulo, e começou cedo no mundo do empreendedorismo.

"Estudei gestão de negócios quando era menor aprendiz, e sempre fui apaixonado por redes sociais", diz. "Criava memes por diversão, moderava comunidades no Orkut e no Facebook. Foi aí que percebi que existia um mercado gigante, um mar azul a ser explorado".

Depois de começar com perfis de humor, Henare conquistou gravadoras e marcas do mercado musical. Por praticamente quatro anos, teve uma parceria exclusiva com outra agência de criadores, a Mynd, que cuidava da parte comercial dos perfis da Banca.

Em 2024, decidiu assumir voo solo, cuidando de todas as etapas das páginas que gerencia.

Qual é o futuro da Banca Digital

Enquanto segue liderando as tendências do mercado de influência, a Banca está apostando em uma nova frente de negócios: o licenciamento de vídeos virais.

Em parceria com a startup brasileira My Hood, a empresa agora compra os direitos autorais de conteúdos que bombam nas redes sociais e os licencia para marcas e grandes veículos.

"Esse movimento é uma virada de chave para a Banca. Conseguimos mapear, com inteligência artificial, vídeos com potencial de viralizar e licenciar esses conteúdos", diz. "Já temos acordos com players como Record, SBT e Metrópoles".

A meta para 2025 é quadruplicar a base de 10.000 vídeos licenciados, consolidando a Banca como pioneira nesse mercado.

"É uma gama de possibilidades gigantescas. Esse modelo nos permite monetizar histórias virais de forma ética e abrir novas portas para criadores e marcas", diz Henare.

Enquanto Jennifer Castro aproveita sua recém-descoberta fama, já fechando novas parcerias e batendo 2 milhões de seguidores, a Banca Digital segue com o radar ligado para a próxima grande história.

"Somos fluentes nas conversas da internet. Quando algo viraliza, estamos sempre atentos, porque é ali que estão as oportunidades".

Porque, na internet, até um assento de avião pode virar um case de sucesso.

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