YouTube: empresa não vai alterar o nível atual de gastos em seu serviço de streaming YouTube Red nos próximos dois anos (Foto/Getty Images)
Mariana Desidério
Publicado em 26 de fevereiro de 2018 às 14h25.
O YouTube apertará o botão de pausa em sua expansão hollywoodiana.
Enquanto a Netflix e a Amazon.com desembolsam somas cada vez maiores para a produção de programas de TV e filmes, o Google não vai alterar o nível atual de gastos em seu serviço de streaming YouTube Red nos próximos dois anos, disseram pessoas a par do assunto. Isso está levando produtores a questionar a estratégia da empresa.
O Google costuma fazer vários investimentos no mesmo setor e esperar para ver o que dá certo. O YouTube, em particular, renovou sua estratégia de vídeo diversas vezes, enquanto sua empresa controladora, Alphabet, tenta desenvolver negócios com assinantes pagantes. Agora, a companhia está avançando para o entretenimento em três frentes: com o YouTube Red, com um serviço de vídeo ao vivo chamado YouTube TV e com um novo produto de streaming de música.
"O YouTube Originals é uma força motriz para o YouTube Red, e temos uma lista completa de conteúdos originais já planejada para 2018 e 2019", disse Robert Kyncl, diretor de negócios da YouTube, em um comunicado. "Não comentamos especulações em relação a nossos orçamentos, mas vocês verão que continuaremos investindo fortemente na programação original e intensificando nossos esforços globais para promover o YouTube Red no próximo ano."
O YouTube planeja gastar algumas centenas de milhões de dólares em programas de TV e filmes neste ano, disseram as pessoas, que pediram anonimato ao discutir os planos da empresa. Embora isso pareça muito, um orçamento plano significa que a empresa corre o risco de ficar ainda mais atrás da Netflix e da Amazon.
O YouTube é uma das três "grandes apostas" que o CEO do Google, Sundar Pichai, citou na busca de crescimento futuro da empresa. O site de vídeo gerou cerca de US$ 15 bilhões em vendas no ano passado, mas ainda não conseguiu estabelecer mais do que um mero ponto de apoio nos serviços pagos.
Em uma conferência de resultados no dia 1º de fevereiro, Pichai destacou novos acordos para uma alternativa de baixo custo para a TV a cabo - chamada YouTube TV -, mas não fez nenhuma menção ao YouTube Red, o serviço de streaming sob demanda apresentado pela primeira vez em outubro de 2015. O YouTube TV, que oferece um pacote de canais de TV ao vivo por US$ 40 por mês, já conquistou algumas centenas de milhares de assinantes desde que foi lançado no ano passado.
O YouTube também está prestes a lançar um novo serviço de música, que tem recebido muitos recursos. A CEO do YouTube, Susan Wojcicki, recentemente se referiu ao Red como um serviço de música, o que só aumentou a confusão.
"Essa é a primeira vez que vejo você caracterizar o YouTube Red como um serviço de música", disse Chris Williams, chefe da empresa de mídia infantil Pocket.watch, na conferência Code Media neste mês.
"Tenho uma verdadeira dificuldade para entender a estratégia de conteúdos originais do YouTube", disse Williams, cuja empresa trabalha com estrelas do YouTube.