Trump Tower na 5a avenida em Nova York, em foto de abril de 2004: visitas às propriedades de Trump estão caindo (Kowloonese/Wikimedia Commons)
Karin Salomão
Publicado em 15 de outubro de 2016 às 09h01.
São Paulo – As declarações polêmicas de Donald Trump não estão arranhando apenas a sua candidatura para a presidência dos Estados Unidos. Também prejudicam suas empresas, ao diminuir o número de visitantes e o valor da sua marca.
Ainda que o valor da marca Trump tenha subido quando ele se candidatou pelo partido Republicano, ele caiu 8% em relação aos seus bens imobiliários, ao mesmo tempo em que os clubes de campo e de golfe perderam 6%.
“Na medida em que a marca Trump fica mais tóxica, os consumidores vão se distanciando dos produtos que levam o seu nome”, afirmou Robert Passikoff, diretor e presidente da consultoria Brand Keys ao Wall Street Journal.
E, de fato, os hóspedes estão deixando os hotéis e resorts do político.
O site de reservas Hipmunk divulgou que as reservas para as propriedades do empresário caíram 58,46% no segundo trimestre em comparação com o ano anterior.
Em Nova York e Las Vegas, a participação de mercado das marcas do candidato em relação ao total de reservas despencou mais de 70%.
O aplicativo de check in Foursquare descobriu que o número de visitas às propriedades do republicano vem caindo no último ano, mas se tornou ainda pior nos últimos seis meses.
Em julho, o trânsito de pedestres nos hotéis havia caído 14% em relação ao ano anterior. Em junho, a queda foi de 17%, o que pode ser um mal sinal para o empresário, já que o verão é o pico de movimento em hotéis e cassinos.
Entre as mulheres, as visitas despencaram ainda mais, chegando a uma queda de 29% em julho.
A queda foi mais significativa nos seguintes locais: Trump SoHo, a Trump Tower em Chicago e o cassino Trump Taj Mahal em Atlantic City.
O cassino fechou as portas e deixou 3.000 desempregados.
A propriedade, fundada por Trump há 26 anos, está hoje nas mãos de Carl Icahn, que afirmou à AFP que já perdeu mais de US$ 100 milhões nos últimos 18 meses. Entre os motivos, está uma greve dos funcionários que já dura meses.