Negócios

A bilionária empresa chinesa que vai faturar R$ 130 milhões espalhando telões de LED pelo Brasil

A empresa, criada em 1995 na China, já é líder global e fatura R$ 10 bilhões mundialmente

Odair Tremante, da Leyard Planar Brasil: empresa espera faturar R$ 130 milhões por aqui neste ano  (Leyard Planar/Divulgação)

Odair Tremante, da Leyard Planar Brasil: empresa espera faturar R$ 130 milhões por aqui neste ano (Leyard Planar/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 29 de março de 2024 às 10h03.

Num festival do tamanho do Lollapalooza, por exemplo, que aconteceu no último final de semana em São Paulo, há um show de luzes e de telões. Painéis enormes ajudam o público a ver, de mais pertinho, os artistas que estão no palco. O mesmo acontece com telões em estádios de futebol (que chegam a ter mais de 100 metros quadrados), em lojas e em eventos.

Por trás desses painéis, há prováveis chances de ter a tecnologia da Leyard Planar. Fundada na China em 1995 e com sede em Pequim, a empresa foi pioneira no desenvolvimento e na fabricação de painéis de LED de alta resolução. Num mercado pujante por LED como a Ásia, e sendo uma das primeiras a desenvolver a tecnologia, a empresa logo ganhou escala, primeiro na Europa e depois nas Américas. Hoje, está presente em 24 países, tem um market share de 14,4% do mercado global e já fatura mais de 10 bilhões de reais.

Parte desse resultado começa a ser desenhado por aqui. No Brasil, a Leyard está presente desde 2014 e no ano passado chegou, pela primeira vez, na casa dos 100 milhões de reais em faturamento no país, com um plano de crescimento de 30% para 2024.

Em solo brasileiro, quem comanda a empresa é Odair Tremante. Ele é CEO da companhia no Brasil desde 2019. Antes, empreendeu com uma operação de teleconferências, na época em que o Zoom e o Teams não existiam e que para falar com pessoas ao redor do mundo, era preciso mais do que uma internet, mas máquinas enormes, linhas telefônicas e equipamentos pessoais.

Quer dicas para decolar o seu negócio? Receba informações exclusivas de empreendedorismo diretamente no seu WhatsApp. Participe já do canal Exame Empreenda

A sua entrada na Leyard acompanhou uma mudança na gestão do negócio, que permitiu o crescimento de receita (e de clientes) nos últimos anos. 

Qual a estratégia de crescimento da empresa no Brasil

A principal mudança na estratégia para escalar o crescimento com a entrada de Tremante no negócio foi verticalizar o atendimento.

No modelo de negócio da Leyard, eles importam o produto das fábricas da empresa, principalmente da China, e o nacionaliza. É um modelo semelhante ao que a BYD faz com os carros elétricos chineses. 

Estando em solo brasileiro, a Leyard vende os painéis de LED para as empresas que fazem a instalação por meio de uma distribuidora. Já essas empresas, como concessionárias, aplicam os LEDs nas mais diversas funcionalidades: eventos, mídias na rua, dentro de shoppings, lojas, etc.

“Antes, tínhamos uma equipe que atendia tudo”, afirma Tremante. “Assim que entrei, criei equipes com capacidade distinta de venda, o que qualificou muito o atendimento. Hoje, temos uma equipe que só atende varejo, outra que faz mídia externa na rua, outra para o mercado corporativo”.

Inscreva a sua empresa no maior anuário de empreeendedorismo do país, o Ranking EXAME Negócios em Expansão 2024

Essa especificidade ajudou o negócio porque no caso de painel LED, cada categoria tem um produto diferente. Para painéis enormes que ficam a centenas de metros de distância, a qualidade da imagem não importa tanto quanto a potência de iluminação, que permitirá que pessoas de longe vejam o que está sendo exibido. Já dentro de um shopping, tanta luz não é necessária, mas é importante que a imagem esteja em alta qualidade. 

Na toada de crescimento, Tremante também aposta num modelo de negócio de receita recorrente. Nesse modelo, no lugar de um pequeno ou médio negócio comprar um painel LED, que pode passar dos 100.000 reais, ele aluga esse equipamento, e paga mensalmente por ele.

“Até uns anos atrás, uma clínica odontológica, por exemplo, não conseguiria pagar um painel LED”, diz. “Hoje, ela paga 200 reais por mês, tem LED e ainda consegue colocar anúncios, se quiser, o que pagaria a locação”. 

Empresa quer ser reconhecida no Brasil

Mais um passo na estratégia de crescimento da empresa está num novo showroom de 10 milhões de reais que a companhia irá abrir em São Paulo em abril. O novo espaço vai reunir todos os produtos que a Leyard vende, como broadcasting, outdoor, vitrine transparente, residencial, túnel de LED criativo, conferências e mosaicos.

“Resumidamente, nossa estrutura, esses 10 anos de trabalho por aqui, estarão juntos na inauguração deste novo espaço”, diz. 

O showroom é o grande catalisador”, continua. “A pessoa identifica que é a solução e amadurece a ideia, até comprar. Além disso, teremos uma iniciativa comercial com vários workshops com todos os parceiros integradores e representantes da Leyard. O mercado de varejo, out of home, broadcast, eventos, vamos apresentar novas soluções que temos, e vamos, em paralelo, fazer treinamentos para equipes técnicas dessas mesmas verticais”. 

Até hoje, a empresa já instalou painéis de LED para cerca de 2.000 clientes. Na verdade, quem instala são as empresas parceiras, mas para garantir a venda, a Leyard treina essas equipes, se assim precisar.

Claro que ainda há desafios no caminho. A popularização do sistema faz com que a concorrência fique maior. Ao mesmo tempo, apesar da redução nos custos, para quem quiser comprar o equipamento, ainda precisa desembolsar uma grana alta. Questões que vão sendo resolvidas com novos produtos e estratégias pela líder mundial -- que quer ter o mesmo sucesso por aqui.

Acompanhe tudo sobre:ChinaIndústria

Mais de Negócios

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'

Martha Stewart diz que aprendeu a negociar contratos com Snoop Dogg

COP29: Lojas Renner S.A. apresenta caminhos para uma moda mais sustentável em conferência da ONU