Dolly: O pedido vem depois de uma série de infortúnios passados pela companhia no último ano (Dolly/Divulgação)
Karin Salomão
Publicado em 27 de junho de 2018 às 11h20.
Última atualização em 15 de janeiro de 2019 às 14h21.
São Paulo – A Dolly Refrigerantes do Brasil entrou com um pedido de recuperação judicial, alegando estar à beira da falência.
O processo foi aberto pelas donas da marca de refrigerantes, Dettal – Part, Brabeb - Brasil Bebidas Eirelli e Empare - Empresa Paulista de Refrigerantes Ltda.
A empresa é acusada de sonegar 4 bilhões de reais em impostos. Com as contas congeladas, a companhia afirmou para a Folha de S.Paulo que está tendo dificuldades para pagar funcionários, fornecedores e impostos.
O pedido vem depois de uma série de infortúnios passados pela companhia no último ano, da investigação por sonegação bilionária de impostos, a prisão do dono da companhia e fechamento de uma das fábricas.
A companhia começou a desmoronar em dezembro do ano passado, quando a fabricante de refrigerantes começou a ser investigada por sonegação de impostos.
Segundo comunicado da Secretaria da Fazenda, as empresas do grupo deixaram de responder a inúmeros comunicados. Por isso, a fábrica da empresa chegou a ser fechada apor alguns dias. Na época, o grupo pagou R$ 33 milhões em débitos declarados de ICMS e reabriu a fábrica.
Em maio deste ano, o dono da empresa, Laerte Codonho, foi preso sob suspeita de fraude fiscal continuada e estruturada, sonegação, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A estimativa é de que o dinheiro desviado na fraude chegue a 4 bilhões de reais.
Ao ser levado ao Distrito Policial, o empresário exibiu uma folha de papel na qual se podia ler a frase: “preso pela Coca-Cola”. Depois de oito dias, ele foi solto junto com o ex-gerente financeiro da Dolly, César Requena Mazzi, preso na mesma operação.
O Ministério Público, que conduz a investigação do desvio, informou que a Polícia Militar confiscou helicópteros supostamente adquiridos pela Dolly com recursos provenientes da fraude. Também foram apreendidos treze veículos de luxo. As autoridades justificaram a prisão para evitar a destruição de provas.
A empresa alega que a prisão foi injusta e que “Laerte Codonho sempre colaborou com as autoridades, e tem certeza que provará sua inocência”.
Na semana passada, ela fechou uma de suas três fábricas, em Tatuí, interior de São Paulo. A unidade empregava 700 funcionários, de um total de 2 mil trabalhadores, que foram demitidos.