Resultados: Os resultados das empresas de tecnologia, especialmente, sugerem que há "gastos acontecendo em escala global" (Laetitia Vancon/The New York Times)
Reuters
Publicado em 2 de agosto de 2020 às 21h21.
Última atualização em 2 de agosto de 2020 às 22h31.
Uma alta porcentagem de empresas americanas está superando as previsões de analistas nesta temporada de balanços, dando um pouco de esperança aos investidores no que ainda deve ser o período mais desacelerado de lucros desde a crise financeira de 1929 devido à pandemia do novo coronavírus.
Após mais da metade da divulgação dos balanços do segundo trimestre, 82,1% dos resultados das empresas superaram as expectativas de lucro, o que seria a maior marca da história dos dados do Refinitiv IBES, coletados desde 1994.
O último grande aumento nos números aconteceu no final da semana passada, quando resultados do Facebook e de empresas avaliadas em um trilhão de dólares Apple, Amazon.com e Alphabet, vinculada ao Google, superaram as previsões.
Em muitos casos, as estimativas foram tão baixas antes da temporada de balanços que elas foram facilmente superadas, afirmam estrategistas.
Mesmo assim, o resultado incentiva investidores a apostar que o impacto dos isolamentos para conter a pandemia de coronavírus e de demissões nas empresas pode não ser tão terrível quanto se pensava inicialmente.
"O que isso diz é que há bolsões de muita força na América corporativa", disse Quincy Krosby, estratégista-chefe de mercado da Prudential Financial, em Newark, Nova Jérsei.
Os resultados das empresas de tecnologia, especialmente, sugerem que há "gastos acontecendo em escala global", disse.
O S&P 500 .SPX subiu quase 4% desde que os resultados começaram em meados de julho, a 3,4% do seu fechamento recorde em fevereiro.
Por segurança, o ritmo da recuperação dos mercados após as quedas de março diminuiu nas últimas semanas, com ganhos chegando no momento em que os Estados Unidos passam por novos surtos do vírus em muitas regiões, e os índices econômicos seguem sombrios.
Os lucros no segundo trimestre das empresas listadas no S&P 500 - cuja previsão era que caíssem 33,8% em relação a um ano atrás - ainda devem ser o ponto mais baixo de resultados neste ano e o maior declínio trimestral desde a crise financeira de 1929.