Agência do Banco Rural: Banco Central encontrou rombo de 300 milhões de reais na instituição (RAFAEL NEDDERMEYER)
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2013 às 20h05.
São Paulo – A liquidação do Banco Rural, determinada nesta sexta-feira pelo Banco Central, amplia a lista de instituições financeiras com problemas nos últimos anos. O Banco Rural não chegou a sofrer uma intervenção do BC, a exemplo dos outros bancos liquidados.
Veja, a seguir, os bancos que deram dor de cabeça nos últimos tempos.
Banco Rural
Segundo EXAME antecipou, o Banco Rural foi liquidado pelo Banco Central nesta sexta-feira. O banco apresenta um rombo de 300 milhões de reais, de acordo com EXAME. A instituição chegou a negociar a entrada do fundo NSG Capital para cobri-lo. No ano passado, o Banco Rural apresentou prejuízo de 59 milhões de reais.
Banco Cruzeiro do Sul
Em setembro de 2012, o BC decretou a liquidação do Banco Cruzeiro do Sul. A derrocada do Cruzeiro do Sul começou em 4 de junho, quando o Banco Central determinou a intervenção, afastou a família Índio da Costa do controle do banco e transferiu sua gestão ao FGC.
O BC justificou a medida, ao informar que uma fiscalização constatou indícios de fraudes contábeis. Ainda segundo o BC, haveria pelo menos 300.000 empréstimos fictícios contabilizados pelo Cruzeiro do Sul. O rombo deixado pelo banco é estimado em 2,23 bilhões de reais.
Banco Prosper
Também em setembro de 2012, o Banco Prosper teve sua liquidação determinada pelo Banco Central. Sua extinção não deixa de ser um reflexo da falência do Banco Cruzeiro do Sul. O Prosper acumulava um prejuízo de 190 milhões de reais. Em dezembro do ano passado, o Cruzeiro do Sul anunciou a compra de 88,7% do banco por 55 milhões de reais.
Além de reforçar a atuação no mercado de bancos médios, a aquisição geraria créditos fiscais de 75 milhões de reais ao Cruzeiro do Sul. O Banco Central, porém, não aprovou a compra e decretou a liquidação do Prosper.
Banco Cruzeiro do Sul
Protagonista das suspeitas mais recentes de fraudes contábeis, o Cruzeiro do Sul foi alvo de uma fiscalização do Banco Central, que constatou indícios de irregularidades. Segundo o BC, haveria pelo menos 300.000 empréstimos fictícios nas contas do banco.
O rombo é estimado em 2,23 bilhões de reais. Sua intervenção foi decretada pelo Banco Central no início de junho. Administrado, desde então, pelo Fundo Garantidor de Crédito, o banco foi posto à venda. Sem interessados e com uma dívida de 1,6 bilhão de dólares vencendo nesta sexta-feira, o BC decidiu extingui-lo. A dívida não paga é o maior calote de uma empresa latino-americana desde 2002.
Banco Oboé
Com sede em Fortaleza (CE), o Banco Oboé teve sua intervenção decretada pelo Banco Central em setembro de 2011. Na época, a instituição contava com uma carteira de crédito de cerca de 190 milhões de reais, com foco em empréstimos consignados para funcionários públicos.
Em fevereiro de 2012, o BC oficializou a liquidação do Oboé. Os interventores afirmaram que não havia solução para o banco, que se encontrava em uma situação de insolvência. O Oboé foi fundado em 1997 por José Newton Freitas, um ex-diretor do Bic Banco. Freitas teve seus bens bloqueados pela Justiça.
Banco Morada
Em abril de 2011, o minúsculo Banco Morada, com apenas uma agência no Rio de Janeiro, sofreu a intervenção do Banco Central. O BC encontrou um nível elevado de exposição do banco, o que comprometia seu patrimônio líquido. O FGC assegurou a cobertura de 32% dos depósitos à vista da instituição, na época.
Em outubro de 2011, o BC decretou a liquidação do banco, isto é, seu fechamento. Os interventores afirmaram que não havia mais saídas para o Morada – e seus controladores não apresentaram um plano consistente de recuperação judicial. Esta foi a primeiro liquidação de uma instituição bancária, no Brasil, desde o Banco Santos.
Banco PanAmericano
Desde a falência do Banco Santos, no já longínquo ano de 2005, não se via um caso tão barulhento no setor. O rombo do PanAmericano, então controlado pelo empresário e apresentador Silvio Santos, veio à tona em novembro de 2010.
O buraco nas contas foi estimado, inicialmente, em 2,5 bilhões de reais. Descobriu-se, com as investigações do Banco Central, que era bem maior: 4,3 bilhões. O rombo foi causado, segundo o BC, por uma fraude contábil: o banco vendia carteiras de crédito, mas não dava baixa em seus ativos – o que inflava os resultados artificialmente.
Socorrido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), o PanAmericano acabou vendido para o BTG Pactual, de André Esteves, no início do ano seguinte.