Escritório da Google em São Paulo: empresa deve adaptar o estilo de trabalho e os benefícios ao seu público-alvo (Google)
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2013 às 11h33.
São Paulo – Possivelmente você já sabe que o Brasil enfrenta problemas com escassez de mão-de-obra qualificada. Para fugir desse problema, não há solução milagrosa – nem almoço grátis.
Qualquer estratégia acaba passando por algum investimento no capital humano da empresa. Um consolo: muitos países se encontram na mesma situação.
Pesquisa recente do The Conference Board, aponta que o maior desafio dos CEOs neste ano é gerir seus recursos humanos de forma adequada. “Em alguns setores, estamos muito parecidos com outros países”, diz o Diretor Nacional de Educação, da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Nacional), Luiz Edmundo Rosa.
O especialista sugere sete ideias para quem precisa enfrentar o apagão de talentos.
1 Crie equipes polivalentes
Até muito pouco tempo atrás, quanto mais especialista fosse o funcionário, melhor. Hoje em dia, defende Rosa, o mais importante é ser capaz de ter várias atividades simultâneas. Ele afirma que essa é a melhor alternativa para reaproveitamento de mão-de-obra.
“Invés de mudarmos o empregado quando o serviço dele não está mais sendo usado, mudamos o empregado de função”, diz.
Ele conta que participou do processo de implantação da polivalência na rede de hotéis Ibis. “Habilitamos mais pessoas para trabalhar em diferentes áreas. Então quando o check in estava cheio, por exemplo, outras pessoas de outras funções vinham para a recepção atender. Era assim em todas as áreas”, diz.
2 Atualize as propostas de valor
Salários e benefícios não podem ser a única proposta de recompensa oferecida pelas empresas. “Hoje as pessoas querem trabalhar em companhias que das quais se orgulhem”, afirma Rosa.
Mais que isso, é fundamental evitar desequilibrar as curvas salariais da empresa. Contratar funcionários a peso de ouro pode não só dificultar a baliza interna dos salários como cria mal estar entre os funcionários. Para completar, não deixe de lado as oportunidades de carreira. “Tudo isso pode ser fonte de motivação.”
3 Tenha um plano de educação corporativa
Para Rosa, principal diferencial na nossa falta de mão-de-obra está na qualificação. “A principal razão da escassez de talentos está na má qualidade do ensino”, diz.
Por isso, um plano de educação executiva pode ser o melhor caminho para capacitar internamente os próprios funcionários. “Vejo empresas que estão recrutando há mais de seis meses. Por que não contratar alguém mediano e treiná-lo dentro de casa?”, diz. “É preciso montar um plano estratégico de educação.”
4 Seja parceiro das escolas
Quando não há a intenção de institucionalizar a educação executiva, a empresa pode trabalhar em parceria com outras escolas, em programas idealizados a quatro mãos.
É uma forma de assegurar que o conteúdo tem objetividade e atende diretamente a demanda da empresa.
5 Invista nas classes menos favorecidas
Nas periferias, a questão da má qualidade da educação é ainda mais profunda, o que cria uma reserva de talentos em potencial.
Segundo Rosa, a valorização de cada conquista é um dos principais motores desse público, que reconhece quem são aqueles que de fato oferecem a oportunidade de crescimento.
6 Seja um lugar melhor para trabalhar
Segundo Rosa, foi-se o tempo em que o funcionário aceitava ser tratado como mais uma força de trabalho dentro da equipe. “As empresas estavam mal acostumadas a oferecer pacotes genéricos a todo mundo, hoje as soluções precisam ser personalizadas”, diz.
Por exemplo, adequar o pacote de benefícios à idade dos funcionários pode ser um bom começo. “Para uma pessoa de 20 anos, o mais importante é oferecer uma melhora na qualificação. Aos 30, a preocupação maior é com bem estar e educação dos filhos. A estabilização da carreira aos 40, requer novas formas de reconhecimento. E assim sucessivamente”, afirma.
7 Cuide bem dos seus talentos
Não se faz engajamento sem valorização do seu público interno. Essa é a regra de ouro da retenção da mão-de-obra qualificada. “As empresas precisam tratar melhor o funcionário que está dentro de casa”, afirma.
Exemplo disso são as empresas que procuram disponibilizar oportunidades de crescimento e qualificação primeiro para quem já faz parte da equipe.