Negócios

60% das empresas não sobrevivem após cinco anos no Brasil, aponta IBGE

Pesquisa do IBGE mostra que o comércio liderou tanto o nascimento como a morte de empresas que geram empregos

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 5 de dezembro de 2024 às 10h44.

Última atualização em 5 de dezembro de 2024 às 10h51.

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Cerca de seis a cada dez empresas que nascem no Brasil não conseguem sobreviver após cinco anos, de acordo com dados da pesquisa Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Embora o número de novas empresas seja expressivo, com 405,6 mil aberturas de empresas empregadoras em 2022, o cenário de mortalidade também é elevado, o que reflete a fragilidade do ambiente de negócios. O ciclo de vida curto é mais evidente nas empresas de pequeno porte, que enfrentam desafios como alta competitividade, falta de gestão e dificuldades financeiras.

A pesquisa analisou as taxas de sobrevivência das empresas, mostrando que, das empresas nascidas em 2017, apenas 37,9% estavam ativas após cinco anos. A taxa de sobrevivência dessas empresas foi de 76,2% em 2018, caindo para 59,6% em 2019, 49,4% em 2020, 42,3% em 2021 e 37,9% em 2022.

A taxa de sobrevivência varia de acordo com a região, com a maior taxa observada na Região Sudeste, enquanto as regiões Norte e Centro-Oeste apresentam as menores taxas de sobrevivência.

Por outro lado, as empresas de alto crescimento, aquelas que aumentam sua força de trabalho em 10% ao ano, por três anos consecutivos, mostraram um desempenho bem melhor.

Em 2022, o Brasil contava com 70.032 empresas de alto crescimento, responsáveis pela geração de 4 milhões de novos postos de trabalho entre 2019 e 2022. Essas empresas apresentam taxas de sobrevivência mais altas, além de contribuírem significativamente para o valor adicionado bruto da economia.

Em 2022, o Brasil tinha 7,9 milhões de empresas ativas, sendo 2,6 milhões (32,9%) empregadoras, que juntas empregavam 40,5 milhões de pessoas, com 36,5 milhões de assalariados. .

O estudo também mostra que o setor de serviços, especialmente os de baixo custo e não especializados, enfrentou uma alta taxa de mortalidade. Para 2022, a taxa de mortalidade das unidades locais empregadoras foi de 9,2%, com a maior incidência nas regiões Norte (9,6%) e Centro-Oeste (10%).

Nascimento e mortalidade de empresas

A pesquisa também detalhou as taxas de nascimento e falência das empresas em 2022. O Brasil registrou 405,6 mil novas empresas empregadoras no ano, representando uma taxa de nascimento de 15,3%. A maioria dessas empresas de novo nascimento tinha entre 1 e 9 assalariados e estavam nos setores de Comércio (39,4%) e Reparação de veículos automotores e motocicletas (9,9%).

Entretanto, a mortalidade empresarial também segue um padrão elevado. O Comércio, apesar de ser o setor com mais nascimentos, também liderou o número de falências, refletindo a alta competitividade e a instabilidade do setor. A taxa de falências foi notavelmente alta em setores de serviços não especializados e comércio, exacerbada pela crise econômica e mudanças no comportamento do consumidor.

Entre 2020 e 2022, o Brasil perdeu 210.714 empresas empregadoras, a maioria de pequeno porte. .

Empresas de alto crescimento e a geração de empregos

As empresas de alto crescimento foram responsáveis por 24,3% da receita líquida das empresas com 10 ou mais empregados, além de 23,4% do valor adicionado bruto da economia nacional. Essas empresas representam apenas uma pequena parte do total de empresas no Brasil (13,8%), mas sua contribuição à economia e à geração de empregos é muito significativa. Em 2022, o Brasil contava com 70.032 empresas de alto crescimento, que ocupavam 8 milhões de pessoas assalariadas.

Destas, 6.623 eram classificadas como empresas jovens (com até 5 anos de existência) que geraram 409,5 mil novos postos de trabalho e pagaram salários superiores à média do mercado. Essas empresas jovens, apesar dos desafios iniciais, apresentam uma resiliência e uma taxa de crescimento acima da média, tornando-se um motor crucial para a criação de empregos no país.

A maior parte das empresas de alto crescimento se concentram na Região Sudeste, um reflexo da maior concentração de empresas de porte maior no Brasil. Além disso, embora as empresas de alto crescimento desempenhem um papel importante, a pesquisa também mostrou que a produtividade média nessas empresas foi 16,7% inferior à das empresas similares.

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