6 pessoas que Mark Zuckerberg tirou do seu caminho rumo ao topo
Não foi só do sócio brasileiro que o jovem empresário teve de se livrar antes de sua escalada para a criação de uma das empresas mais populares (e valiosas) do mundo
Especialista em transpor barreiras (Getty Images)
Tatiana Vaz
Publicado em 18 de maio de 2012 às 12h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h23.
Aos 28 anos, Zuckerberg está sentado à cabeceira de uma empresa poderosa, com abertura de capital prevista para amanhã – e uma expectativa de captar até 100 bilhões de dólares. Mas para chegar até ali já ficou claro que o jovem empresário desenvolveu uma habilidade ímpar de tirar quem quer que estivesse atrapalhando seu desejo de “conectar o mundo”. Business Insiderpublicou recentemente e-mails e conversas de mensagens instantâneas detalhando como Zuck acotovelou o co-fundador Eduardo Saverin para fora da empresa, em 2005. Elas mostram como Zuckerberg, aos 20 anos, planejava diluir a participação de Saverin na companhia sem modificar as parcelas detidas por outros acionistas. Saverin não foi o único a ser retirado do caminho. Desde os primórdios da rede social em um dormitório de Harvard, o CEO do Facebook tem enfrentado obstáculos, tropeços e decisões difíceis. Clique nas fotos para ler sobre seis pessoas que Zuck teve de enfrentar até o topo.
Os irmãos Tyler e Cameron Winklevoss parecem ser duas grandes pedras no sapato de Mark Zuckerberg, desde o lançamento do Facebook, em 2004. Meses após o surgimento do que se tornaria a maior rede social do planeta, os gêmeos passaram a acusar Zuckerberg, com quem estudaram na Universidade de Harvard de criar um site baseado na ideia e no código-fonte de uma rede social que eles tinham projetado (a Harvard Connection, mais tarde renomeada como ConnectU). Na versão dos irmãos, Zuckerberg havia sido contrato por eles para ajudar na programação do site, por isso tinha acesso a toda estrutura. Em 2008, a briga foi (em parte) encerrada por um acordo judicial: 65 milhões de dólares em dinheiro e ações foram pagos por Zuckerberg aos irmãos para que esses saíssem do seu caminho de vez. O que não aconteceu. O processo foi reaberto pelos gêmeos pela alegação deles terem sido enganados sobre o valor real das ações do Facebook na época do acordo. Os irmãos acreditam que deveriam ter recebido uma quantia maior ou mais ações da rede social. No documento enviado por eles a um tribunal federal de Massachusetts, os irmãos e seu amigo Divy Narendra (mais sobre ele a seguir) pediam à corte que determinasse se o Facebook "intencionalmente ou de maneira inadvertida suprimiu provas" durante as negociações – antes de jogar a toalha em junho e desistir de vez de travar outra disputa.
Divya Narendra tinha uma parceria com os gêmeos Winklevoss no projeto ConnectU durante seu tempo em Harvard. Narendra lutou contra Zuckerberg em tribunal ao lado dos gêmeos e fundou sua própria comunidade de investidores, chamada SumZero, antes de reivindicar a sua parte do acordo de 65 milhões de dólares com a rede social. A batalha virou livro e, mais tarde, foi levada para as telas de cinema com o filme "A Rede Social", que conta a história do fundador do Facebook e sua relação conturbada com os outros estudantes de Harvard desde o início do lançamento da rede social.
A história de como Zuckerberg passou a perna no brasileiro cofundador da rede social, Eduardo Saverin, era pouco conhecida até chegar às telas de cinema. Colega de quarto de Zuck em Harvard, Saverin teria sido o primeiro a apostar no Facebook, investindo 15.000 dólares na companhia quando ela dava seus primeiros passos. Porém, viu minguar sua participação na empresa depois de uma jogada orquestrada por Zuckerberg para afastá-lo das decisões operacionais da rede social. Nas mensagens recentes divulgadas pela Business Insider, supostamente escritas por Zuckerberg, Saverin parece não ser apenas uma vítima. Elas mostram que Marck planejava cortar Saverin fora da empresa porque ele havia falhado em garantir o financiamento ou configurar um modelo de negócio e usou a rede social para veicular anúncios gratuitos para Joboozle, um de seus projetos paralelos. Zuckerberg chega a dizer ainda que não temeria mais ser espancado por “bandidos brasileiros”, ao acabar parceria com Saverin. Depois de troca de farpas e um acordo não revelado entre as partes, fechado em 2009, Saverin manteve uma participação de 5% na empresa – sua aposta inicial teria sido de mais de 30%.
Sean Parker, criador do Napster e também como primeiro presidente do Facebook, desempenhou um grande papel no desenvolvimento da rede social. Parker também foi a peça-chave para assegurar o controle de Zuck sobre o Facebook. Ainda assim, o nerd não hesitou em demitir Parker na primeira falha de comportamento do ex-amigo, um ano após sua chegada à companhia. O corte foi justificado pelas “atitudes imaturas” que Parker mantinha frente ao comando. A maneira como Zuckerberg age como gestor, e sua habilidade maior em demitir que contratar, fica clara quando um ex-funcionário do CEO é questionado sobre como a empresa lidava com as pessoas. “Fizemos algumas contratações que não eram as mais acertadas. Mas nós éramos muito bons em corrigir isso rapidamente”, respondeu ele.
A saída de Parker abriu espaço para Owen Van Natta, um ex-executivo da Amazon contratado como chefe de desenvolvimento de negócios da rede e, em seguida, promovido a diretor de operações. Ele cuidava também de toda a estratégia comercial e financeira da rede. Aos 36 anos, Van Natta era a pessoa mais velha entre a equipe do Facebook, além de supervisor de todos - quando entrou na empresa, em setembro de 2005, dos 26 funcionários contratados, apenas dois tinham mais de 30 anos. Durante seu mandato a equipe cresceu para centenas, boa parte contratada por ele. Owen era a mente por trás de grandes negócios. "Sua maior força era fazer negócios, não fazer gestão", descreve Henry Blodget, editor chefe do Business Insider. Foi ele, por exemplo, o mentor da negociação que resultaria na venda de 1,6% do Facebook para a Microsoft, em 2007, por 240 milhões de dólares. Porém, depois de um lançamento desastroso da plataforma Beacon, Zuckerberg achou por bem substituir o comando da empresa por alguém com um perfil mais arrojado, antenado, inovador. No caso, ele. “O que estamos tentando ser é uma utilidade social e acreditamos que podemos conectar o mundo”, disse ele na época, ao assumir a presidência da rede. Apesar de não ser mais presidente, Van Natta conseguiu fazer um bom pé-de-meia em sua passagem pelo Facebook. A estimativa é que ele tenha 15 bilhões de reais em ações da empresa – boa parte delas negociadas durante o investimento com a Microsoft.
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