São Paulo – Os anos 2000 foram um período favorável à expansão de companhias brasileiras no exterior. Estimuladas pelo câmbio barato e pela farta oferta de crédito, muitas empresas estrearam no cenário global. Uma década depois, por razões estratégicas, problemas de caixa ou falta de perspectivas nos países, algumas empresas resolveram reduzir o ritmo lá fora. Veja as mais recentes.
O caso mais ruidoso dos últimos tempos de uma brasileira deixando um projeto no exterior é, com certeza, o da Vale. O projeto Rio Colorado, de produção de potássio, foi suspenso em 11 de março, após o fracasso das negociações com o governo da Argentina. A mineradora pedia mais flexibilidade fiscal e cambial. O projeto estava orçado entre 6 e 10 bilhões de reais.
Não é segredo que a Petrobras colocou ativos à venda no exterior, a fim de bancar parte dos investimentos bilionários previstos para os próximos anos. A estatal estima que o programa de desinvestimentos renderá 9,9 bilhões de dólares, que entrarão no caixa, sobretudo, neste ano. O problema é que a empresa enfrenta dificuldades para se desfazer dos ativos lá fora.
A mineradora de Eike Batista, a MMX, é outro exemplo de revisão de projetos recentes no exterior. A empresa desistiu de extrair minério de ferro na cidade chilena de Copiapó, na região do deserto do Atacama. Segundo a MMX, o retorno financeiro do projeto não era mais atraente, e a desistência representou uma baixa contábil de 224 milhões de reais no balanço.
O bilionário Eike Batista, dono da CCX, teria iniciado, em janeiro, uma revisão do projeto de produzir carvão mineral na Colômbia. A informação é do jornal local Portafolio. Segundo a publicação, a CCX enfrenta dificuldades como a tendência de preços do carvão, obtenção de licenças e conflitos indígenas.
Middle East Airlines permanece operando no Líbano, mesmo diante de bombardeios e tensões com Israel e Hizbollah, consolidando-se como "a companhia mais corajosa do mundo".