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5 tipos de embalagens de alimentos para priorizar nas compras do supermercado

Todo pacote que vai de carona nos produtos tem um impacto no meio ambiente; por isso, atentar-se ao que escolhe levar para casa faz diferença

Consumo consciente: sustentabilidade é critério de escolha dos alimentos para maioria das pessoas, mas atenção deve se estender também às informações sobre a embalagem. (ArtMarie/Getty Images)

Consumo consciente: sustentabilidade é critério de escolha dos alimentos para maioria das pessoas, mas atenção deve se estender também às informações sobre a embalagem. (ArtMarie/Getty Images)

EXAME Solutions
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Publicado em 18 de junho de 2024 às 15h18.

Enquanto a demanda por sustentabilidade tem aumentado em todos os setores, na indústria alimentícia, em especial, a busca por soluções de embalagem com menor impacto ambiental ganha cada vez mais destaque. Minimizar o uso de plástico é o ponto central para os consumidores, por isso as marcas que querem se manter competitivas estão correndo atrás de alternativas. 

Um reflexo disso é que três dos cinco principais compromissos assumidos pelas fabricantes de embalagens para lidar com os desafios de sustentabilidade passam pela redução do uso de plástico, mostrou um levantamento recente da Tetra Pak, líder global em embalagens cartonadas. 

A pesquisa também reafirmou a exigência crescente dos consumidores como o grande catalisador desse movimento. A própria Tetra Pak vendeu 46% mais embalagens feitas com polímeros “verdes” em 2023, na comparação com 2021, refletindo a mudança do mercado. 

Assim como no restante do mundo, no Brasil muitas das marcas de alimentos e bebidas vêm adotando embalagens mais sustentáveis, e costumam comunicar isso nos rótulos. Por isso, para fazer escolhas mais responsáveis no supermercado é preciso ficar atento às informações contidas nas caixas, sachês e afins.

É considerada sustentável aquela embalagem que minimiza os impactos ambientais e socioeconômicos no seu desenvolvimento, produção e descarte. Isso inclui ter matérias-primas recicláveis, recicladas ou biodegradáveis; design otimizado que reduza o desperdício; menor consumo de recursos naturais na fabricação; e menor geração de resíduos.

Sustentabilidade importa também nas embalagens

  • 8 em cada 10 consumidores no mundo dizem que pagariam mais por produtos com embalagens sustentáveis (9 em cada 10 quando se trata da geração Z)
  • 7 em cada 10 escolheram um produto com base nas informações sobre sustentabilidade nos últimos seis meses 
  • 8 em cada 10 também estariam interessados em adquirir produtos em embalagens com refil para reduzir o seu impacto ambiental 

Fonte: Buying Green Report 2023, da Trivium Packaging

Que tipo de embalagem priorizar nas suas compras

Reciclável

Por definição, uma embalagem reciclável é a que pode passar pelo processo de reciclagem e se tornar matéria-prima para a indústria novamente, dando origem a novos produtos. 

Vale lembrar que nem toda embalagem reciclável, que vem com aquele símbolo de reciclagem, é de fato reciclada, conforme esclarece a certificadora eureciclo. O símbolo indica apenas que ela pode ser reciclada. “Acontece que existem processos de reciclagem para muitos dos tipos de materiais utilizados em embalagens. E alguns desses processos são extremamente caros e acabam não justificando o valor da reciclagem”, diz a empresa.

Quando há a reciclagem, entretanto, as vantagens são muitas, como a diminuição da dependência de combustíveis fósseis e da exploração de recursos naturais, a conservação da vida nos oceanos e a redução do número de aterros. Por isso, separar o lixo reciclável é a lição de casa de todos. 

Reutilizável

Diferentemente das recicláveis, essas embalagens são reaproveitadas para o mesmo fim (ou outro) sem serem refeitas. Elas são fabricadas com materiais com alta durabilidade, como o vidro, e podem ser usadas várias vezes após passarem por uma rigorosa higienização. As clássicas garrafas de vidro de refrigerante ou cerveja são exemplos. 

Nesse caso, o consumidor pode usar o vasilhame como refil ou devolver esse resíduo para fornecedores, vendedores ou produtores, em processo chamado de logística reversa, o que elimina o descarte e evita a produção de novas peças.  

Biodegradável

Um material é biodegradável quando se desintegra naturalmente por meio da atividade de microrganismos (como bactérias, algas e fungos), dentro de um curto período de tempo e em condições adequadas. Mas sem uma definição exata se há resíduos tóxicos ou não resultantes desse processo.

Um exemplo é o plástico de poliácido lático, conhecido como plástico de PLA, produzido a partir de fontes renováveis: a fermentação de amido de vegetais como milho, mandioca e beterraba. A ação das bactérias nesse amido gera o plástico, que pode ser usado em garrafas e embalagens de alimentos. “No geral, sua degradação ocorre de seis meses a dois anos, e depois de ser dissolvido ele vira ácido lático, substância química não tóxica, produzida naturalmente por mamíferos”, explica a eureciclo.

Compostável

As embalagens compostáveis são aquelas que, em condições favoráveis, não só se degradam em um curto espaço de tempo, mas resultam unicamente em água, gás carbônico e húmus. Ou seja, o material retorna para o planeta sempre de forma segura, como fonte de nutrientes para o solo. 

Não se trata, porém, de jogar as embalagens no quintal ou jardim. Alguns materiais até podem ser destinados à compostagem doméstica, porém, no geral, o destino adequado é a compostagem industrial, que vai garantir as condições ideais para o processo. Para isso, devem ser encaminhadas às centrais de compostagem de cada cidade.

É muito frequente que os termos biodegradável e compostável sejam confundidos. Para entender a diferença, lembre-se: nem toda embalagem biodegradável é compostável, mas toda embalagem compostável é biodegradável.

Comestível

Em vez de ser descartada, a embalagem pode ser comida junto com o alimento, inclusive complementando o seu valor nutricional ou sabor. Zero resíduo na essência do seu significado. 

No Brasil, elas ainda não são muito comuns, porém, já existem opções comestíveis em testes. Filmes usados para embalar frutas e legumes são um exemplo. Um deles, feito com abricó, fruta comum na região Norte e em Minas Gerais, está sendo mais estudado por pesquisadores da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), em parceria com o Centro de Pesquisas em Alimentos (Food Research Center – FoRC). 

Com a película, eles conseguiram estender a vida útil de maçãs e mandioquinhas de três para 15 dias, além de aumentar a quantidade de compostos com efeitos antioxidantes e antimicrobianos nos alimentos.

Quem sabe em breve no Brasil: dois exemplos de embalagens comestíveis, à base de algas marinhas, da startup indonésia Evoware. Fotos: reprodução

Lá fora, no entanto, o movimento já está mais acelerado. Na Indonésia, a startup Evoware, por exemplo, desenvolveu materiais à base de algas marinhas que são comestíveis e se dissolvem em água quente. Eles se transformam em diversas embalagens, de copos a sachês de macarrão instantâneo – basta jogar o macarrão na água fervente, com embalagem e tudo, para prepará-lo. 

Cada camada, uma função

Existem diferentes tipos e funções de embalagens. As chamadas primárias são as que entram em contato direto com o alimento (em um cereal matinal, são o saco plástico interno); as secundárias oferecem proteção extra e facilitam o manuseio/transporte (a caixa do cereal); e as terciárias geralmente servem para o armazenamento a granel ou em grandes quantidades (como paletes). Embalagens comestíveis, especificamente, geralmente são primárias.

Como praticar o consumo consciente de embalagens

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, além de avaliar se a embalagem é feita de material ambientalmente amigável, o consumo responsável envolve: 

- Sempre que possível, preferir itens não-embalados (como alimentos frescos) ou com menos embalagens. “É evitar embalagens demais, do tipo ‘caixinha-dentro-de-um-saquinho-dentro-da-sacola-dentro-do-sacolão’, que geram uma quantidade enorme de lixo”, diz o MMA.

- Cada consumidor levar a sua sacola retornável para reduzir o uso de sacolas plásticas. Caso não dê para escapar da sacolinha, pedir ao empacotador que utilize toda a capacidade dela e exigir que o lojista ofereça sacolas resistentes para que apenas uma suporte o peso dos produtos. 

- Procurar comprar produtos em embalagens que tragam quantidades adequadas para a família. “Se a família é grande, compre as bebidas nas embalagens maiores; se for pequena, evite as embalagens grandes e, consequentemente, o desperdício”, orienta o Ministério. 

- Preferir produtos concentrados, quando há a opção, já que apenas uma embalagem equivale a várias do produto na versão normal, ou com a opção de refil, que economiza recursos naturais para a fabricação de um novo vasilhame.

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