Ricardos Nunes, da Máquina de Vendas: advogados tentam provar sua inocência (PEDRO MOTTA)
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2011 às 19h27.
São Paulo – A condenação à prisão, em primeira instância, de Ricardo Nunes, um dos donos da Máquina de Vendas, não é o primeiro episódio de empresários brasileiros enrolados com a Justiça.
Confira, a seguir, cinco casos de homens – e mulheres – de negócios que tiveram problemas com a Lei.
Ricardo Nunes, o vice-rei do varejo
Em junho, a Justiça Federal condenou Ricardo Nunes, um dos donos da Máquina de Vendas, a três anos e quatro meses de prisão por corrupção ativa. Nunes foi acusado pela Procuradoria da República de pagar 50.000 reais, mais 4.000 dólares, a um auditor fiscal. O objetivo era evitar que a Ricardo Eletro – uma das bandeiras da varejista – fosse autuada.
Nunes alega inocência e permanece em liberdade. Seus advogados recorreram da sentença. Já o auditor permanece preso, depois de ser pego em flagrante com o dinheiro, ao deixar o escritório da Máquina de Vendas, em São Paulo.
Ricardo Mansur é condenado a 11 anos de prisão
Ricardo Mansur, ex-dono das varejistas Mappin e Mesbla e do banco Crefisul, foi condenado em maio a 11 anos e seis meses de prisão por gestão fraudulenta. A sentença saiu dez anos depois da falência de suas empresas.
A condenação é de primeira instância, e o juiz concedeu a Mansur o direito de recorrer em liberdade. Seu advogado afirma que o empresário não era responsável pelas ações atribuídas a ele pelo juiz – por isso, seria inocente.
Nenê Constantino, o fundador da Gol
Em março, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou Nenê Constantino, fundador da companhia aérea Gol, a prisão domiciliar em sua residência de Brasília. Constantino respondeu a dois processos, nos quais é acusado de tentativa de assassinato do ex-genro, Eduardo de Queiroz, em 2008, e da morte do líder comunitário Márcio Leonardo, em 2001.
Seus advogados negam as acusações. Em julho, a Justiça do Distrito Federal negou um habeas corpus e determinou que Constantino continuasse detido em sua residência, sob vigilância de policiais militares.
Tânia Bulhões é condenada por fraudes em importações
No final de 2010, a empresária Tânia Bulhões Grendene Bartelle foi condenada a quatro anos de prisão pelo juiz Fausto De Sanctis – o mesmo da lendária operação Satiagraha. Tânia foi condenada pelos crimes de falsidade ideológica, descaminho, formação de quadrilha e crimes contra o sistema financeiro nacional.
A condenação, porém, foi convertida em penas alternativas: proibição de viajar ao exterior por mais de dez dias sem autorização da Justiça (válida por quatro anos), e prestação de serviço na Fundação Dorina Nowill para cegos.
Eliana Tranchesi é condenada a 94 anos
Em março de 2009, a empresária Eliana Tranchesi, uma das donas da Daslu, foi condenada a 94 anos de prisão pela 2ª Vara da Justiça Federal de Guarulhos (SP). Eliana foi acusada de formação de quadrilha, descaminho, fraude em importações e falsificação de documentos. Seus advogados recorreram da sentença.
A empresária chegou a permanecer alguns dias detidas, na época, e foi libertada por um habeas corpus. A prisão aprofundou a crise vivida pela Daslu, e a empresa foi vendida, no início deste ano para o empresário Marcus Elias, do fundo Laep, por 65 milhões de reais.