São Paulo – Ser um empresário de sucesso não é garantia para gravar seu nome na história do capitalismo. É preciso, também, que a empresa criada deixe um legado, como a criação de um mercado novo ou a capacidade de tornar o país competitivo em um setor. Com a ajuda de especialistas em negócios, EXAME.com selecionou dez empreendedores brasileiros que podem entrar para a história. A lista descartou startups e se concentrou em empresas já consolidadas em seus setores. Confira.
2. Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupirazoom_out_map
2/11(Sergio Lima/FolhaPress/Veja)
Há vários motivos para que Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira sejam candidatos a fazer história. O trio deu tacadas certeiras e construiu impérios, como a AB Inbev, maior cervejaria do mundo. Eles também introduziram a meritocracia no Brasil, e seu grupo se tornou um celeiro de executivos brasileiros com projeção mundial.
Em setembro do ano passado, André Esteves foi o único brasileiro na lista dos 50 banqueiros mais influentes do mundo, elaborada pela agência de notícias Bloomberg. O banco fundado por ele, BTG Pactual, hoje é considerado uma potência regional, que desafia gigantes como o JP Morgan. Os planos incluem a internacionalizado do banco.
Roberto Setubal foi um dos arquitetos da fusão do banco da família, o Itaú, com o Unibanco. Junto com Pedro Moreira Salles, ele criou o Itaú Unibanco. Neste ano, o banco comunicou que iniciou a transição para que Roberto deixe a presidência executiva, quando completar 60 anos, em 2014. A instituição que ajudou a construir é, hoje, o maior banco privado do país e ensaia sua internacionalização.
Eike Batista, com certeza, não vive seu melhor momento. Acuado por uma crise de confiança dos investidores, vê suas empresas derreterem na bolsa e negocia a venda de fatias de suas empresas para concluir os projetos. De qualquer modo, tem o mérito de focar em áreas fundamentais para o Brasil, como infraestrutura, logística e petróleo.
Marcio Kumruian é um caso único no comércio eletrônico brasileiro. Ao contrário das concorrentes, a Netshoes atua em apenas um segmento de mercado (artigos esportivos) e não tem nenhuma loja física. Em apenas dez anos, alcançou o faturamento de 1 bilhão de reais. Agora, se prepara para lançar ações na Nasdaq.
Os irmãos Júnior, Wesley e Joesley Batista (foto) transformaram um açougue fundado pelo pai, José Batista Sobrinho, na maior processadora de carnes do mundo, a JBS (as iniciais são uma homenagem a ele). A ascensão contou com um impulso do BNDES, mas o frigorífico foi o embrião da J&F, holding que hoje atua no setor financeiro, papel e celulose e higiene pessoal, entre outros.
8. Antônio Luiz Seabra, Pedro Luiz Passos e Guilherme Lealzoom_out_map
8/11(GERMANO LUDERS)
Antônio Luiz Seabra, Pedro Luiz Passos e Guilherme Leal (foto), os criadores da Natura, representam a investida dos brasileiros em um setor cada vez mais importante – o de cuidados pessoais. Além disso, a Natura também é pioneira na divulgação de conceitos de sustentabilidade e de produtos de origem brasileira.
O Brasil é reconhecido mundialmente pela criatividade de seus publicitários (basta ver os prêmios que o país conquista a cada ano, no tradicional festival de Cannes). O fundador do Grupo ABC, Nizan Guanaes, é um dos nomes que projetaram o país nessa área. Hoje, seu grupo é o 18º maior do mundo, com 13 empresas e 1.600 funcionários.
Nevaldo Rocha é o fundador do Grupo Guararapes, que controla a rede Riachuelo. Frequentemente, ele é tratado como o criador da “Zara brasileira”, pelo modelo de negócios parecido com a espanhola: aposta no fast fashion, produção própria e controle dos canais de distribuição. Nevaldo é o único brasileiro, na lista da Forbes, cuja fortuna de 3 bilhões de dólares vem do ramo de moda.
Quando lançou o Projeto Cana Verde, no final dos anos 80, Leontino Balbo Jr. foi tachado de sonhador e delirante. Afinal, não era comum, na época, alguém pensar em cultivar cana-de-açúcar sem agrotóxicos. A ideia prosperou e foi a base da Native, hoje a líder mundial em cana-de-açúcar orgânica.
Middle East Airlines permanece operando no Líbano, mesmo diante de bombardeios e tensões com Israel e Hizbollah, consolidando-se como "a companhia mais corajosa do mundo".