Enchentes: além dos mortos, foram registrados 101.104 danificados - que perderam tudo - e 643.216 afetados (Douglas Juarez/Reuters)
AFP
Publicado em 21 de março de 2017 às 17h24.
As mortes por conta das chuvas, inundações e deslizamentos no Peru chegam a 78 desde janeiro - 30 delas na última semana -, segundo informou o governo nesta terça-feira, enquanto as zonas atingidas são ameaçadas por doenças como a leptospirose.
De acordo com o último relatório oficial do Instituto Nacional de Defesa Civil (Indeci), além dos mortos, foram registrados 101.104 danificados - que perderam tudo - e 643.216 afetados - com danos parciais ou menores - e mais de 141.000 casas destruídas.
O presidente Pedro Pablo Kuczynski visitou as regiões de Piura e La Libertad, muito atingidas pelos "huaicos", como são conhecidas no Peru as avalanches de pedra e terra que vêm dos Andes para a costa, após as fortes chuvas.
Na noite de segunda-feira, em uma entrevista à CNN, o governante encorajou os países a "trabalharem neste tema do aquecimento global. [Pois] se isto continuar, o Peru será uma prévia do que acontecerá em Miami, Nova York, Ásia, com o aumento [do nível] dos oceanos, os tufões e furacões".
As inundações registradas em Lambayeque nos últimos dias fazem com que a água parada seja um foco de infecção e criadouro de mosquitos Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Na segunda-feira foi confirmada a morte de uma mulher de 49 anos, vítima de dengue. O governo iniciou campanhas em massa de fumigação nas áreas afetadas.
Foram fumigadas cerca de 250.000 casas de 370 distritos considerados em situação de emergência sanitária no país, segundo o Ministério da Saúde.
As condições de insalubridade também geraram o primeiro surto de leptospirose em Olmos e Lambayeque por causa da grande quantidade de poças.
"É uma doença que muitas vezes se cura sozinha, não causa a morte, mas se afetarem diretamente os rins, os pacientes com este mal terão acesso ao tratamento com antibióticos", disse o gerente regional de Saúde, Pedro Cruzado Puente.
A doença é transmitida através do contato com água contaminada e por meio da urina de roedores. "As brigadas estão nas zonas afetadas buscados as populações de ratos e de forma coordenada com os municípios para melhorar as condições de salubridade", acrescentou à rádio RPP.