Madrid: temor de que estímulos fiscais não sejam eficientes neste momento na Europa (Sergio Perez/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2020 às 06h10.
Última atualização em 7 de abril de 2020 às 06h40.
Os impactos econômicos da pandemia de coronavírus ainda não foram totalmente desvendados por analistas. No entanto, sabe-se que o tombo será grande. Com as maiores economias do planeta totalmente paradas, não há dúvidas sobre a intensidade da retração que está por vir. Em 2008, por exemplo, foi necessário que a União Europeia mobilizasse 200 bilhões de euros na tentativa de proteger seus países-membros, algo em torno de 1,5% do PIB até então.
O problema é que a crise atual pode ser ainda mais severa que a passada. Não à toa, os ministros das Finanças dos 19 países que fazem uso da moeda europeia se encontrarão, por videoconferência, para debater a resposta que a União Europeia dará. A reunião acontece depois de um outro evento, no qual os líderes europeus pediram uma resposta unificada e imediata.
De acordo com o jornal britânico Financial Times, os ministros europeus já concordaram em implementar medidas fiscais que corresponderiam a 2% do PIB do bloco, montante superior, portanto, do que aquele usado há pouco mais de uma década. Há, no entanto, o temor de que estímulos fiscais não sejam eficientes neste momento, ainda mais considerando que uma fatia considerável da população europeia permanece isolada em casa.
A expectativa, contudo, é de que a crise econômica suscitada pela pandemia do novo coronavírus evidencie as diferenças quase que irreconciliáveis entre os países da zona do euro, o que deve começar a aparecer na reunião desta terça. De um lado, estão os países do norte, ávidos por austeridade fiscal. Do outro, os países mais ao sul, cujas economias já demonstravam fragilidades – justamente os mais afetados pela epidemia, como Espanha e Itália. Novamente, o projeto de união entre os países europeus será posto à prova. Será esse mais uma vítima da pandemia?