Angela Merkel, chanceler alemã: "queremos que 2011 seja o ano da confiança" (Andreas Rentz/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2011 às 13h51.
Bruxelas - Os chefes de Estado e de Governo dos países do euro aceitaram nesta sexta-feira executar o "pacto pela competitividade", exigido pela Alemanha como condição para admitir um aumento do fundo de resgate da zona do euro.
"Será acrescentado ao pacote financeiro o reforço da coordenação das políticas econômicas na zona do euro em prol de uma maior competitividade", escreveu o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, em seu perfil no Twitter.
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciaram na manhã desta sexta-feira que solicitariam a seus parceiros da zona do euro a adoção deste pacto, em uma nova mostra de unidade franco-alemã na estratégia contra a crise na região.
Merkel e Sarkozy apresentaram esta iniciativa para fomentar a convergência econômica do bloco como uma resposta "estrutural" à crise da zona do euro que acarretou em medidas "de urgência" adotadas com o fim de resgatar a Grécia e a Irlanda.
"Queremos que 2011 seja o ano da confiança recuperada", disse Merkel, que explicou que o pacto será constituído por um acordo intergovernamental entre os países da eurozona, ao qual poderão se unir todos os Estados europeus interessados, mesmo que não pertençam à união monetária.
Embora nenhum dos dois governantes tenha mencionado as iniciativas concretas do pacto, Merkel já antecipou algumas de suas ideias, como a eliminação das cláusulas de alta salarial indexadas à inflação, uma maior harmonização fiscal, a proibição por lei de déficits públicos excessivos e o aumento da idade de aposentadoria.
Está previsto que os dirigentes europeus encarregarão Van Rompuy de iniciar uma rodada de consultas com líderes da zona do euro para identificar "vias concretas para avançar" na convergência.
Este pacto pela competitividade foi interpretado como a contrapartida exigida por Berlim como condição para aumentar a capacidade de financiamento do fundo de resgate, do qual a Alemanha é o principal contribuinte.
Segundo a minuta de conclusões da cúpula de Bruxelas, os líderes europeus também definirão nesta sexta-feira o reforço do fundo, criado em maio passado para socorrer os países afetados pela crise da dívida.