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Zimbabué realizará primeiras eleições em 30 de julho após queda de Mugabe

Essa será a primeira eleição sem a participação do ex-presidente Robert Mugabe, que governou o país durante 37 anos depois de um golpe militar

O atual presidente, Emmerson Mnangagwa, terá como principal adversário o líder do opositor, Nelson Chamisa (Philimon Bulawayo/Reuters)

O atual presidente, Emmerson Mnangagwa, terá como principal adversário o líder do opositor, Nelson Chamisa (Philimon Bulawayo/Reuters)

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EFE

Publicado em 30 de maio de 2018 às 10h44.

Harare- O Zimbábue realizará eleições presidenciais, parlamentares e municipais em 30 de julho, as primeiras sem o ex-presidente Robert Mugabe como candidato à chefia do Estado, informou nesta quarta-feira o Governo.

Trata-se também das primeiras eleições convocadas desde a queda, em novembro do ano passado, de Mugabe - que governou o país com punho de ferro durante 37 anos - por um golpe militar.

O sucessor na Presidência e antigo vice-presidente, Emmerson Mnangagwa, de 75 anos, terá como principal adversário o líder do opositor Movimento por um Mudança Democrática (MDC), Nelson Chamisa, de 40 anos.

Se o ganhador não obtiver 50% dos votos mais um, será realizado um segundo turno em 8 de setembro, precisou o Executivo em uma notificação oficial.

Cerca de 5,3 milhões de eleitores estão registrados, segundo um novo censo eleitoral elaborado recentemente.

O Governo de Mnangagwa prometeu eleições livres e imparciais, frente às acusações de violência, Emmerson Mnangagwa corrupção e intimidação que rodeiam o pleito realizado com Mugabe no poder; e convidou observadores internacionais.

A União Europeia (UE) e o Governo do Zimbábue assinaram na segunda-feira um acordo para desdobrar observadores europeus nas eleições, algo inédito desde 2002, quando o Executivo de Mugabe expulsou o chefe da missão eleitoral da UE.

O ministro zimbabuano das Relações Exteriores e Comércio Internacional, Sibusiso Busi Moyo, afirmou que o acordo representa a "culminação" do "desejo de ter transparência no processo eleitoral, convidando diferentes observadores internacionais" para que possam supervisionar "a democracia em ação".

No entanto, o MDC pediu uma auditoria independente do censo eleitoral, após receber queixas de eleitores porque os dados do registro são incorretos, e expressou dúvidas sobre a produção das cédulas de voto.

A Comissão Eleitoral do Zimbábue convidou os principais partidos políticos a presenciar a impressão das cédulas, que provavelmente será realizada dentro do país.

Com a campanha eleitoral já em andamento, Mnangagwa deseja que as urnas lhe confirmem como presidente, embora Chamisa seja um grande orador muito popular entre os eleitores jovens.

Este pleito é o primeiro, desde a independência do Zimbábue do Reino Unido em 1980, que não terá a participação de Mugabe, de 94 anos, que vive recluso em sua mansão de Harare desde o golpe militar que o tirou do poder.

Segundo veículos de imprensa locais, Mugabe deu apoio a um novo partido político, a Frente Patriótica Nacional, que inclui alguns dos antigos aliados na governamental União Nacional Africana de Zimbábue-Frente Patriótica (ZANU-PF).

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