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Zelensky volta a cobrar Ocidente sobre mísseis de longo alcance após ataque russo deixar 40 feridos

Presidente ucraniano defendeu que apenas 'solução sistêmica' poderia se opor ao 'terror' provocado por bombardeios aéreos russos

Volodymyr Zelensky voltou a cobrar de autoridades ocidentais (Wojtek Radwanski/AFP)

Volodymyr Zelensky voltou a cobrar de autoridades ocidentais (Wojtek Radwanski/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 15 de setembro de 2024 às 17h29.

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a cobrar de autoridades ocidentais a autorização para utilizar mísseis de longo-alcance fornecidos pela Otan a Kiev contra o território russo, após um novo ataque aéreo lançado por Moscou deixar ao menos 40 pessoas feridas em Kharkiv neste domingo. O bombardeio atingiu um prédio residencial, segundo o anúncio de autoridades ucranianas, com ao menos 14 pessoas hospitalizadas.

"Só uma solução sistêmica pode se opor a este terror: a solução do [uso de mísseis] de longo alcance para destruir os aviões militares russos lá onde têm sua base", afirmou Zelensky em uma publicação nas redes sociais. "Esperamos que as decisões apropriadas venham em primeiro lugar dos EUA, Reino Unido, França, Alemanha e Itália".

A discussão sobre o uso de armas ocidentais contra o território russo ganhou tração nas últimas semanas, com as autoridades ucranianas reiteradamente solicitando aos aliados da Otan um sinal clara de autorização. Na sexta-feira, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, tratou do tema com o presidente dos EUA, Joe Biden, em uma viagem oficial a Washington — um dia após o presidente russo, Vladimir Putin, afirmar que um avanço neste sentido seria interpretado por Moscou como uma declaração de guerra. Ao fim da reunião, o premier britânico afirmou que o assunto seria levado a um grupo mais amplo de países.

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Em momentos anteriores da guerra, a Ucrânia utilizou equipamentos ocidentais para atacar o território russo, incluindo durante a incursão na região de Kursk. Os ataques, no entanto, tem se limitado a um raio próximo da fronteira — uma vez que as capitais ocidentais tentam evitar uma interpretação russa de ameaça existencial.

Em contrapartida, Kiev afirma que apenas com ataques direcionados ao território russo, seria possível conter o ímpeto das tropas que avançam contra o país, a sul e nordeste.

Entenda o contexto

No ataque deste domingo, um projétil controlado remotamente foi lançado por um avião russo e atingiu um edifício residencial em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia. O chefe da administração regional indicou, em uma nota no Telegram, que uma mulher e um menino de 12 anos estavam em estado grave. Segundo Zelensky, também houve bombardeios em Sumy e Donetsk.

O gabinete do prefeito de Pokrovsk, um importante centro logístico no leste da Ucrânia, indicou pela manhã que os bombardeios russos deixaram pelo menos um morto. O exército russo, maior e com maior capacidade ofensiva, está, segundo observadores militares, a menos de dez quilômetros da cidade.

O fornecimento de água corrente e de gás foi cortado na cidade devido aos combates, anunciaram as autoridades, e foram organizadas distribuições de água potável. Os ataques russos também deixaram grandes partes da cidade sem energia, disse o conselho municipal.

Desde meados de agosto, e face ao avanço das tropas russas, as autoridades retiraram milhares de residentes. Há algumas semanas, o chefe da administração da região de Donetsk, Vadim Filashkin, disse que 26 mil pessoas, incluindo mais de mil crianças, permanecem em Pokrovsk, que tinha cerca de 50 mil habitantes antes da invasão russa de fevereiro de 2022.

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