Mundo

Zelensky diz que quer que a guerra com a Rússia termine até 2025

Em visita a Berlim, onde se reuniu com o chanceler Olaf Scholz, presidente ucraniano também pediu que ajuda a Kiev não diminua nesse meio tempo

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 11 de outubro de 2024 às 10h54.

Última atualização em 11 de outubro de 2024 às 11h06.

Em visita a Berlim, o presidente Volodymyr Zelensky disse nesta sexta-feira que gostaria que a guerra com a Rússia terminasse até 2025, e que a ajuda a Kiev não deveria diminuir nesse meio tempo. Esta é a última parada de uma turnê europeia do líder ucraniano, que tem buscado nova ajuda militar e financeira de seus aliados europeus, à medida que seu país enfrenta um inverno rigoroso.

"Gostaria que isso acontecesse no máximo até o ano que vem, 2025", afirmou Zelensky em uma reunião em Berlim, com a presença do chanceler alemão, Olaf Scholz."É muito importante para nós que essa assistência não diminua no próximo ano".

O chanceler alemão, por sua vez, prometeu que “não deixaremos de apoiar a Ucrânia”.

"[A paz na Ucrânia] só pode ser alcançada com base no direito internacional", acrescentou Schooz. "Não aceitaremos uma paz ditada pela Rússia".

Zelensky tem pressionado a Alemanha, o maior fornecedor de ajuda militar depois dos Estados Unidos, para que forneça mais armas. No entanto, Scholz rejeitou o envio do sistema alemão de mísseis de longo alcance Taurus, temendo uma escalada do tenso impasse da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) com a Rússia, que possui armas nucleares.

Zelensky esteve em uma turnê de dois dias em Londres, Paris, Roma e agora em Berlim, em meio a temores de diminuição do apoio ocidental se Donald Trump for eleito presidente dos EUA no próximo mês.

Uma reunião de defesa da Ucrânia programada para o sábado na base aérea americana de Ramstein, no oeste da Alemanha, foi adiada depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, cancelou uma visita de Estado à Alemanha por causa do furacão Milton.

As forças russas fizeram avanços na linha de frente oriental e tiveram como alvo a rede elétrica do país devastado pela guerra, enquanto a Ucrânia enfrenta seu inverno mais difícil desde que a invasão russa em grande escala começou em fevereiro de 2022.

A Rússia disse nesta sexta-feira que suas forças capturaram as aldeias da linha de frente de Zhelanne Druge e Ostrivske, a última de uma série de ganhos territoriais para Moscou.

Zelensky pressionou para obter autorização para usar armas de longo alcance fornecidas por aliados, incluindo os mísseis britânicos Storm Shadow, para atingir alvos militares nas profundezas da Rússia. Mas Washington e Londres têm protelado a aprovação por temerem que isso possa levar os aliados da Otan a um conflito direto com a Rússia.

Na Alemanha, a recusa de Scholz em fornecer mísseis Taurus é controversa, mesmo dentro de sua própria coalizão de três partidos com os Verdes e os liberais Democratas Livres (FDP).

"Devemos fornecer à Ucrânia um número significativamente maior de defesa aérea, munição e armas de longo alcance", disse o deputado europeu dos Verdes, Anton Hofreiter. "As restrições ao alcance das armas fornecidas não contribuem para a redução da escalada, mas permitem novos ataques russos".

A especialista em defesa do FDP, Marie-Agnes Strack-Zimmermann, disse ao mesmo jornal:

"Espero sinceramente que Zelensky deixe claro para o chanceler mais uma vez que, se a Ucrânia perder essa guerra, essa não será a última guerra na Europa".

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaUcrâniaRússiaGuerras

Mais de Mundo

França utiliza todos os recursos para bloquear acordo UE-Mercosul, diz ministro

Por que a economia da Índia se mantém firme em meio a riscos globais?

Banco Central da Argentina coloca cédula de 20 mil pesos em circulação

Brasil é vice-lider em competitividade digital na América Latina, mas está entre os 11 piores