Zelenski: "Faça de tudo para limitar as receitas russas não apenas de gás e petróleo, mas também de quaisquer exportações restantes" (AFP/AFP)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de julho de 2022 às 13h21.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, acusou a Rússia de deflagrar uma "guerra de gás" na Europa, após o anúncio de Moscou de que reduziria ainda mais o fornecimento da commodity na região. Zelenski também instou aliados a intensificarem as sanções contra os russos.
"Faça de tudo para limitar as receitas russas não apenas de gás e petróleo, mas também de quaisquer exportações restantes", exortou Zelenski, em seu canal oficial do Telegram nesta segunda-feira, 25. "Corte os laços comerciais com a Rússia tanto quanto possível, porque cada um desses laços é uma ferramenta potencial da Rússia para pressionar", acrescentou.
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A estatal russa de energia Gazprom informou ontem que as exportações de gás por meio do vital gasoduto Nord Stream para a Alemanha cairiam para cerca de um quinto da capacidade A redução - de 40% da capacidade atual para 20% - deve entrar em vigor nesta quarta-feira, 27.
"Tudo isso é feito pela Rússia deliberadamente para tornar o mais difícil possível para os europeus se prepararem para o inverno", disse Zelenski. "Esta é uma guerra aberta de gás que a Rússia está travando contra uma Europa unida."
A mais recente medida de Moscou em sua crescente guerra econômica com o Ocidente levantou novas questões sobre a capacidade da Europa de evitar a falta de gás natural quando o inverno chegar, o que pode levar ao racionamento, deixando fábricas ociosas e casas frias.
A Rússia negou usar seus suprimentos de energia como arma econômica e culpou os problemas relacionados às sanções com as turbinas do oleoduto pela redução dos fluxos de gás. A Alemanha, maior cliente de gás da Rússia na União Europeia, chamou as medidas de ataque econômico, dizendo que Moscou está usando a questão das turbinas como pretexto.
Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov disse esperar que os problemas das turbinas do Nord Stream sejam resolvidos "mais cedo ou mais tarde", mas que os desafios técnicos permanecem. "A situação é criticamente complicada pelas restrições e sanções que foram introduzidas contra nosso país", destacou.
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