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Yuriko Koike, "a Hillary Clinton japonesa", governará Tóquio

Yuriko Koike é uma veterana da política japonesa e se tornou neste domingo a primeira mulher governadora de Tóquio.


	Yuriko Koike: Tóquio, agora, tem a missão de preparar a capital japonesa para os Jogos Olímpicos de 2020.
 (Koji Watanabe/Getty Images)

Yuriko Koike: Tóquio, agora, tem a missão de preparar a capital japonesa para os Jogos Olímpicos de 2020. (Koji Watanabe/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2016 às 15h27.

Tóquio, 31 jul (EFE). - Conhecida como "a Hillary Clinton japonesa", Yuriko Koike é uma veterana da política japonesa e se tornou neste domingo a primeira mulher governadora de Tóquio, agora com a missão de preparar a capital japonesa para os Jogos Olímpicos de 2020.

Yuriko, de 64 anos, fez história hoje ao vencer de maneira arrasadora as eleições ao governo da capital japonesa, um grande feito já que nunca uma mulher ocupou o cargo que é considerado o de maior relevância do país após o do primeiro-ministro.

A nova governadora, que foi apresentadora de TV e tradutora de árabe antes de entrar para o mundo da política, se apresentou como candidata independente, apesar de ser membro do governante Partido Liberal-Democrata (PLD) e baseou toda a sua campanha em ser uma alternativa aos grandes partidos políticos.

Ecologista, nacionalista e liberal no âmbito econômico, ela foi ministra em duas ocasiões. De 2003 a 2006 esteve à frente da pasta do Meio Ambiente, durante o governo de Junichiro Koizumi, seu mentor e grande apoiador político. Em 2007, durante o breve primeiro governo do atual primeiro-ministro, Shinzo Abe, conseguiu o marco de ser nomeada a primeira mulher à frente do Ministério da Defesa, embora renunciou 54 dias depois.

Um ano mais tarde, se apresentou à liderança do PLD e se transformou também na primeira mulher a fazer isso.

"A fim de quebrar a estagnação que a sociedade japonesa enfrenta, acredito que o país poderia ter também uma candidata. Hillary utiliza a expressão 'telhado de vidro', mas no Japão, não é de vidro, é uma placa de aço", explicou ao apresentar sua candidatura em relação à insignificante representação das mulheres na política japonesa.

Contando com ela, apenas sete mulheres terão cargos de governadoras em 47 prefeituras do Japão, onde o número de parlamentares ronda os 10%.

Sua perseverança na política e o fato de ser uma mulher forte lhe rendeu o apelido de "a Hillary Clinton japonesa", figura à qual ela gosta de se comparar. Apesar de ser até agora senadora do conservador PLD, decidiu apresentar-se sem o apoio de seu poderoso partido que foi para seu rival e também ex-ministro Hiroya Massouda.

"Os partidos e as organizações não são os que vão decidir quem será o próximo governador", garantiu em várias ocasiões durante a campanha.

Yuriko, que viveu e estudou árabe no Egito na década dos 70, fez uma intensa campanha na qual percorreu bairro a bairro da capital japonesa usando uma faixa verde na cabeça. Um curto casamento aos 21 anos durante sua estadia no Cairo é um dos poucos dados revelados da vida privada desta mulher, cuja aproximação com o mundo árabe chegou através do pai, um rico empresário do petróleo.

Entre as principais tarefas que Yuriko deverá assumir é a de preparar à metrópole japonesa, uma das maiores e mais ricas do mundo, para os Jogos Olímpicos de 2020.

"As Olimpíadas são muito boas para nós. Quero usá-las como oportunidade para construir uma nova Tóquio para além de 2020", apontou a nova governadora ao apresentar sua candidatura.

Será ela quem receberá o bastão das mãos do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, na cerimônia de encerramento, no dia 21 de agosto, e que assumirá o comando da organização de uma competição que já enfrenta escândalos. Entre eles o relacionado ao estádio olímpico, cujo projeto original da arquiteta Zaha Hadid, que faleceu em março deste ano, foi rejeitado por ter extrapolado o orçamento.

Resta saber se Yuriko Koike completará o seu mandato de quatro anos. Com ela, Tóquio terá tido quatro governadores desde 2011 e seus dois antecessores renunciaram por casos de corrupção. EFE

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