Forças de segurança em Kiev, na Ucrânia: "assim que conseguirmos nos entender e alcançarmos tal compromisso o assinaremos", assegurou Yanukovich (Gleb Garanich/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2013 às 13h23.
Kiev - O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, exigiu nesta terça-feira da União Europeia (UE) novas condições para assinar durante a cúpula de março de 2014 um Acordo de Associação, que ao não ser ratificado anteriormente detonou a atual onda de protestos opositores em Kiev e outras cidades do país.
"Assim que conseguirmos nos entender e alcançarmos tal compromisso o assinaremos", assegurou Yanukovich durante a reunião realizada hoje com seus antecessores no cargo de chefe de Estado.
Yanukovich, que encarregou o governo de elaborar antes de março um programa para "minimizar os riscos" da associação, anunciou uma viagem a Bruxelas do primeiro vice-primeiro-ministro, Sergei Arbuzov.
"O objetivo é muito simples. Queremos condições que satisfaçam a Ucrânia, os produtores e o povo", disse.
O líder advertiu que e se os pontos do novo acordo com a UE não convencerem os ucranianos o governo insistirá em sua revisão.
"Se o acordo tivesse sido assinado em seu formato atual, teria criado muitas dificuldades ao setor agrícola. Devemos proteger o mercado agrícola", destacou.
Yanukovich se reuniu com seus três antecessores no cargo, Leonid Kravchuk, Leonid Kuchma e Viktor Yushchenko, para encontrar uma saída para a crise provocada pelos protestos opositores.
A chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, chegou hoje em Kiev e afirmou que é inadmissível que um país exija compensações em troca da associação.
Ashton e Yanukovich já iniciaram uma reunião, segundo informaram fontes da UE.
Desde que renunciou a assinar em 29 de novembro em Vilnius o acordo com o bloco europeu, a Ucrânia realizou consultas com a Rússia para restabelecer suas relações comerciais e fazer um pacto sobre o abastecimento e o pagamento do gás russo.
Segundo uma pesquisa divulgada hoje, o número de partidários da integração europeia aumentou para 45,6% devido aos protestos que explodiram em 21 de novembro.
Só 35,7% se pronuncia a favor do ingresso na União Aduaneira liderada pela Rússia e que inclui Cazaquistão e Belarus.
Os opositores seguem concentrados na Praça da Independência, conhecida popularmente como Euromaidan, coração do movimento de protesto assim como na Revolução Laranja de 2004.