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Yanukovich diz que ainda se considera presidente da Ucrânia

O presidente deposto da Ucrânia afirmou que ainda se considera chefe de Estado legítimo de seu país


	O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich: presidente deposto diz que recorreu à Rússia para garantir sua segurança
 (Ukranian Presidential Press-Ser/AFP)

O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich: presidente deposto diz que recorreu à Rússia para garantir sua segurança (Ukranian Presidential Press-Ser/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 09h04.

Moscou - O presidente deposto da Ucrânia, Viktor Yanukovich, afirmou que ainda se considera chefe de Estado legítimo de seu país e que recorreu à Rússia para garantir sua segurança, uma solicitação que já teria sido atendida.

Em uma mensagem "ao povo da Ucrânia", divulgada nesta quinta-feira pela agência russa "Interfax", Yanukovich assinalou que vem sendo vítima de uma série de ameaças e disse que o novo poder em Kiev é ilegítimo.

"Eu, Viktor Fiodorovich Yanukovich, me dirijo ao povo da Ucrânia. Assim como antes, me considero o chefe legítimo do Estado ucraniano, eleito pela vontade livremente expressada dos cidadãos ucranianos", assinala o texto enviado pelo presidente deposto, ainda em paradeiro desconhecido.

"Estão chegando ameaças de represálias a mim e aos meus familiares. Tenho que pedir às autoridades da Federação Russa que garantam minha segurança pessoal perante ações extremistas", acrescentou o presidente deposto no texto.

Uma fonte próxima às autoridades russas informou hoje que a Rússia já atendeu a solicitação presidente deposto, que, através desta, teria garantias de segurança pessoal em território russo.

"Dado que Yanukovich se dirigiu às autoridades russas para pedir que lhe garantam sua segurança pessoal, informamos que esse pedido foi atendido em território russo", declarou a fonte citada por agências locais.


O deposto presidente ucraniano também afirmou que qualquer ordem para intervir nos assuntos internos políticos do país será ilegal e criminosa.

Segundo Yanukovic, ele está determinado a lutar até o fim pelo cumprimento "dos importantes acordos alcançados para tirar à Ucrânia de sua profunda crise política", em referência ao acordo que ele assinou com a então oposição sob mediação da União Europeia no último dia 21 de fevereiro.

Em relação ao novo poder que se instalou em Kiev, Yanukovich disse que, "infelizmente, tudo o que ocorre agora na Rada Suprema (legislativo) da Ucrânia não é legítimo".

O presidente deposto acrescentou que as decisões adotadas nestes momentos no Parlamento se tomam à revelia de muitos dos membros do Partido das Regiões - seu próprio partido - e de outros grupos, que temem por sua vida, tendo em vista que alguns deles foram vítimas de violência ou obrigados a abandonar Ucrânia de maneira ilegal.

"É evidente que o povo no sudeste da Ucrânia e na Crimeia, zonas russoparlantes, não aceita o vazio de poder e o que está ocorrendo no país, quando os dirigentes dos ministérios são escolhidos por uma multidão em uma praça", acrescentou Yanukovich.

Yanukovich está em paradeiro desconhecido desde o último sábado, quando a oposição assumiu o poder em Kiev após três meses de protestos.

Até o momento, a Rússia negou que o mesmo se encontre em seu território, enquanto as novas autoridades de Kiev ditaram uma ordem internacional de busca e captura contra o presidente deposto, que, por sua vez, é acusado de "assassinato em massa de manifestantes pacíficos".

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