Agência de notícias
Publicado em 14 de abril de 2025 às 15h30.
O presidente chinês, Xi Jinping, pediu ao Vietnã nesta segunda-feira, 14, que se junte à China para "fazer oposição conjunta à intimidação", segundo a agência de notícias Xinhua, no início de sua viagem ao sudeste asiático, marcada pelo impacto das tarifas anunciadas pelos Estados Unidos.
O mandatário chinês busca fortalecer as relações comerciais regionais e tenta se apresentar como um parceiro confiável e estável, em contraste com o presidente dos EUA, Donald Trump, que lançou uma ofensiva comercial total com novas tarifas, até mesmo contra seus parceiros econômicos.
Xi desembarcou nesta segunda-feira no Vietnã, a primeira etapa da viagem, que também o levará à Malásia e ao Camboja.
O presidente chinês, que conversou com o secretário-geral do Partido Comunista e líder de fato do Vietnã, To Lam, assinou 45 acordos de cooperação com o país vizinho, incluindo alguns relacionados a cadeias de suprimento, IA, patrulhas marítimas conjuntas e desenvolvimento ferroviário.
"Devemos fortalecer nossas relações estratégicas, fazer oposição conjunta à intimidação e manter a estabilidades do sistema mundial de livre comércio e das cadeias industriais e de fornecimento", declarou Xi a Lam, segundo a Xinhua.
Também afirmou que "o protecionismo não leva a lugar nenhum" e que "uma guerra comercial e tarifária não terá nenhum vencedor", destacou à agência chinesa.
As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos à China, no âmbito da ofensiva protecionista adotada por Trump, somam 145%. A medida abalou os mercados mundiais e levou Pequim a impor taxas de 125% para os produtos americanos.
Em plena guerra comercial com Washington, a China anunciou nesta segunda-feira que suas exportações dispararam 12,4% em termos anuais no mês de março, resultado que supera as expectativas dos analistas. O número representa mais que o dobro dos 4,6% projetados em uma pesquisa da agência financeira Bloomberg.
As importações no mesmo período, no entanto, caíram 4,3%, informou a Administração Geral das Alfândegas da China.
O sudeste asiático é fundamental para as exportações chinesas. No ano passado, os países do bloco regional Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático) foram os principais destinos das mercadorias de Pequim, com um total de US$ 586,5 bilhões (R$ 3,4 trilhões) em produtos, segundo dados oficiais.
Entre os países da região se destaca o Vietnã, com US$ 161,9 bilhões (R$ 949 bilhões) de importações chinesas, seguido pela Malásia (US$ 101,5 bilhões, equivalente R$ 595 bilhões).
Apesar das disputas territoriais no Mar do Sul da China, Pequim e Hanói mantêm relações econômicas estreitas.
O Vietnã, no entanto, compartilha a preocupação dos Estados Unidos com a crescente agressividade da China neste mar disputado.
A China reivindica a maior parte deste território marítimo, disputado por Filipinas, Malásia, Vietnã, Indonésia e Brunei.
Durante a reunião com Lam, Xi afirmou que Vietnã e China estão "em um ponto de inflexão da história (...) e devem avançar de mãos dadas".
Antes, o presidente chinês declarou que os dois países devem "administrar de maneira adequada as diferenças e preservar a paz e a estabilidade em nossa região".
Depois do Vietnã, Xi Jinping visitará a Malásia de terça a quinta-feira. O ministro de Comunicações da Malásia, Fahmi Fadzil, declarou que a viagem do presidente chinês "faz parte das iniciativas do governo (...) para melhorar as relações comerciais com vários países, incluindo a China".
Na quinta-feira, o presidente chinês viajará para o Camboja, fiel parceiro da China no sudeste asiático.