Xi Jinping e Dina Boluarte inauguram o megaporto de Chancay, investimento bilionário para o comércio na América do Sul (Kevin Frayer/Getty Images)
Redatora
Publicado em 14 de novembro de 2024 às 17h13.
O presidente da China, Xi Jinping, inaugura nesta quinta-feira, 14, em parceria com a presidente peruana Dina Boluarte, o megaporto de Chancay. Localizado a cerca de 80 km de Lima, no Peru, o projeto bilionário visa transformar o local em um importante hub logístico para a América do Sul, facilitando as exportações chinesas e reforçando a presença de Pequim na região.
O evento ocorre durante o fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), onde Xi Jinping também se reunirá com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
O porto de Chancay representa um investimento inicial de US$ 1,3 bilhão e inclui 15 cais, um parque industrial e armazéns modernos.
As autoridades peruanas esperam que, ao longo de uma década, o porto atraia mais de US$ 3,5 bilhões em novos investimentos, com potencial para impulsionar a economia local e ampliar o acesso de exportadores sul-americanos ao mercado asiático.
Localizado na costa do Pacífico, o porto deverá se tornar uma linha direta de transbordo entre América do Sul e Ásia, facilitando as rotas comerciais e incentivando o comércio internacional.
A cerimônia de inauguração reflete a crescente influência da China na América Latina, região em que Pequim vem aumentando seu envolvimento por meio de investimentos estratégicos em infraestrutura e energia.
Xi Jinping, em um artigo publicado no jornal peruano El Peruano, reiterou o compromisso chinês com o “multilateralismo verdadeiro”, promovendo a globalização e o desenvolvimento sustentável.
Para o Peru, o megaporto de Chancay representa mais que um investimento econômico: é uma oportunidade de reforçar a infraestrutura nacional e atrair empresas internacionais ao mercado peruano.
Os esforços comerciais da China no Peru ocorrem em um momento de tensão geopolítica entre China e EUA. Xi Jinping e Joe Biden terão um encontro durante a cúpula da Apec, que reúne 21 economias responsáveis por 60% do PIB mundial.
Para Biden, a reunião, que se estende até o fim de semana, representa uma oportunidade de discutir temas comerciais e geopolíticos, enquanto os EUA tentam equilibrar sua presença econômica e diplomática no Pacífico em meio à crescente expansão da China.
Com a aproximação de novas eleições presidenciais nos EUA e uma possível volta de Donald Trump ao cenário político, especialistas esperam que as relações entre Washington e Pequim ganhem novos contornos. O fórum de Lima também conta com representantes de países como Japão, Coreia do Sul, Canadá, Austrália e Indonésia, em discussões fechadas que começaram nesta quinta-feira.
*Com informações da AFP.