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Xi Jinping defende reunificação de China e Taiwan

Xi mostrou sua predisposição a dialogar com sua colega taiuanesa, embora tenha exigido condições

Xi Jinping: o presidente incluiu em seu discurso repetidas referências à "reunificação" (Jason Lee/Reuters)

Xi Jinping: o presidente incluiu em seu discurso repetidas referências à "reunificação" (Jason Lee/Reuters)

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EFE

Publicado em 11 de novembro de 2016 às 11h47.

Pequim - O presidente da China, Xi Jinping, clamou nesta sexta-feira contra o separatismo e defendeu a reunificação da China e Taiwan, quando as relações entre ambos os territórios - em confronto desde 1949 - ficaram tensionadas com a chegada ao poder em Taipé de Tsai Ing-wen, do independentista Partido Democrata Progressista (PDP).

Xi fez estas declarações em discurso pronunciado no Grande Palácio do Povo de Pequim (sede do Legislativo chinês) na véspera do 150º aniversário do nascimento de Sun Yat-sen, considerado o pai da China moderna.

"Os compatriotas de ambos os lados (do estreito de Taiwan) e todos os filhos e filhas da China, em casa e no exterior, devem estender a mão para se opor às forças separatistas que defendem a independência de Taiwan", disse Xi.

Suas palavras chegam, além disso, em um momento no qual as vozes independentistas não só são escutadas em Taiwan, mas também em Hong Kong, o que motivou o governo chinês a vetar nesta segunda-feira o acesso ao Parlamento local a dois deputados partidários da autodeterminação desse território.

Xi mostrou sua predisposição a dialogar com sua colega taiuanesa, embora tenha exigido como condição que aceite o chamado "Consenso de 1992", uma fórmula ambígua que, para Pequim, implica que a China continental e Taiwan fazem parte de um mesmo país, com dois sistemas diferentes.

"Estamos dispostos a interagir com qualquer partido político, grupo ou indivíduo de Taiwan, sem importar o que defendeu no passado, sempre que reconheçam o Consenso de 1992 e que o continente e Taiwan pertencem a uma só China", afirmou Xi.

No entanto, o presidente incluiu em seu discurso repetidas referências à "reunificação" entre China e Taiwan que, afirmou, é "a aspiração de todo o povo chinês" e uma "tendência inexorável da história".

"Os compatriotas de ambos os lados do estreito de Taiwan são irmãos unidos por laços de sangue. As duas partes são uma comunidade inseparável com um destino comum", disse o líder chinês.

Ao lembrar Sun Yat-sen (1866-1925), o primeiro presidente da então chamada República da China após a etapa imperial e também o fundador do Partido Kuomintang (KMT), histórico rival do Partido Comunista da China (PCCh), Xi aproveitou a figura homenageada para enviar sua mensagem antisseparatista.

"Sun Yat-sen sempre defendeu a unidade da nação e claramente se opôs a todas as palavras e os atos para separar o país", declarou o presidente do gigante asiático.

Tanto PCCh como KMT reivindicam o legado de Sun Yat-sen, já que para os primeiros foi o revolucionário que derrubou o Império Qing e para os segundos o fundador do regime herdado por Taiwan, cujo nome oficial é ainda "República da China", ao término da guerra civil (1945-1949).

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