China: Grande parte dos 25 milhões de moradores de Xangai estão em confinamento desde março, quando a cidade começou a registrar mais de 25.000 casos diários de contágios (VCG / Colaborador/Getty Images)
AFP
Publicado em 19 de abril de 2022 às 06h57.
A China registrou nesta terça-feira (19) mais sete mortes provocadas pela covid-19 na cidade de Xangai, o maior foco de contágios no país e que que está confinada há várias semanas.
As novas mortes foram anunciadas depois que Xangai registrou na segunda-feira as primeiras três mortes por coronavírus desde o início do confinamento, em março. Apesar do surto da doença, a cidade notificou apenas 10 óbitos até o momento.
A Comissão Municipal de Saúde de Xangai afirmou que as sete vítimas tinha entre 60 e 101 anos de idade e todas apresentavam comorbidades, incluindo doenças cardíacas e diabetes.
Nenhuma das sete pessoas estava vacinada contra a covid-19, afirmou Wu Qianyu, funcionário do Departamento de Saúde da cidade. Os pacientes "ficaram gravemente doentes depois que foram internados no hospital e morreram após esforços de emergência sem sucesso", acrescentou.
A comissão também registrou 20.000 novos casos de coronavírus nesta terça-feira, em sua maioria assintomáticos. A China insiste na política de 'covid zero', o que inclui confinamentos rígidos, testes em larga escala e quarentenas prolongadas, o que permitiu evitar as crises sanitárias que afetaram outros países.
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Alguns analistas, no entanto, questionam os números oficiais, pois a população de idade avançada da China apresenta baixos níveis de vacinação.
As autoridades de saúde de Xangai admitiram no domingo que menos de dois terços dos moradores de mais de 60 anos receberam duas doses da vacina contra a covid e que menos de 40% tomaram a dose de reforço.
Hong Kong, onde a população idosa também apresenta reduzido índice de vacinação, registrou quase 9.000 mortes provocadas pela covid-19 desde janeiro, quando a cidade foi atingida em cheio pela variante ômicron.
Grande parte dos 25 milhões de moradores de Xangai estão em confinamento desde março, quando a cidade começou a registrar mais de 25.000 casos diários de contágios. O número é pequeno para os padrões internacionais, mas elevado para a China.
Muitos moradores usam as redes sociais para denunciar a falta de alimentos e as condições ruins dos locais reservados para a quarentena. Também circularam imagens de protestos, algo raro na China.
As autoridades chinesas trabalham para conter surtos de coronavírus em várias regiões, causados pela variante ômicron.
Na segunda-feira, quase 350 milhões de pessoas em pelo menos 44 cidades estavam sob alguma forma de confinamento na China, segundo as autoridades.