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WikiLeaks faz embaixadora dos EUA ser expulsa do Equador

Telegrama secreto vazado pela entidade mostra que embaixadora acusou a Polícia do país de "corrupção generalizada"

Segundo o WikiLeaks, a embaixadora americana suspeitava que Rafael Correa sabia da corrupção na Polícia (Rodrigo Buendia/AFP)

Segundo o WikiLeaks, a embaixadora americana suspeitava que Rafael Correa sabia da corrupção na Polícia (Rodrigo Buendia/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2011 às 14h05.

Quito - O Governo do Equador declarou a embaixadora dos Estados Unidos em Quito, Heather Hodges, como "persona non grata" e pediu a ela que saia do país, em reação a um telegrama secreto vazado pelo site WikiLeaks em que ela falaria sobre "corrupção generalizada" na Polícia equatoriana.

"Pedimos que ela abandone o país no menor prazo possível", disse nesta terça-feira em entrevista coletiva o chanceler do Equador, Ricardo Patiño, segundo quem essa decisão "de nenhuma maneira tem a intenção de afetar as relações com os Estados Unidos".

Na segunda-feira, Patiño chamou Hodges a seu escritório para pedir explicações sobre o telegrama, mas a diplomata lhe respondeu que os documentos divulgados pelo WikiLeaks tinham sido roubados e que nem ela nem seu Governo fariam comentários a respeito, relatou o chanceler equatoriano.

Segundo ele, a qualificação da embaixadora como "persona non grata" "é destinada a uma funcionária que fez um telegrama dessa natureza e que depois não fez nenhum esclarecimento".

Patiño afirmou que o Equador não chamará para consultas seu embaixador em Washington, pois sua reação não se volta ao Governo americano, "mas contra estes telegramas que foram supostamente assinados pela senhora embaixadora".

No telegrama diplomático de 2009, a embaixada dos Estados Unidos em Quito afirma que "a corrupção é generalizada nos quadros da Polícia" equatoriana.

O documento explica que o ex-comandante geral da Polícia Jaime Hurtado Vaca, que renunciou ao cargo em maio de 2009, "usou seu poder como máxima autoridade da corporação para extorquir", acumular dinheiro, facilitar o tráfico de pessoas e proteger outros agentes envolvidos em corrupção.

Além disso, o telegrama alega que as atividades corruptas eram tão conhecidas que "alguns funcionários da embaixada (dos EUA) acham que o presidente (Rafael) Correa devia ter conhecimento delas quando o nomeou (para a chefia da Polícia)".

"Esses observadores acham que Correa pode ter desejado um chefe de Polícia a quem pudesse manipular facilmente", diz a correspondência.

Em entrevista à Agência Efe, Patiño qualificou a declaração do telegrama de "falsa" e "absolutamente irresponsável". "É absolutamente inaceitável, nosso Governo não pode aceitar este tipo de informação, que foi dada por parte da senhora embaixadora (dos EUA) em nosso país", afirmou Patiño.

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