Lula e Fidel Castro: segundo o WikiLeaks, Brasil também aponta para colapso em Cuba (Antonio Milena/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2010 às 16h56.
Madri - A situação econômica em Cuba poderia se tornar insustentável no curso de dois ou três anos, segundo os dados revelados pelo portal WikiLeaks, que cita os conselheiros comerciais de vários países, entre eles Espanha, França, Itália e China, em comunicação com a diplomacia americana.
Segundo os telegramas revelados nesta sexta-feira pelo jornal espanhol "El País" e fornecidos pelo WikiLeaks, a crise financeira global e a impossibilidade de atender a sua enorme dívida externa levará a situação econômica cubana até limites que podem ser "fatais em dois ou três anos".
O WikiLeaks cita como fontes desta e outras informações em relação à difícil situação da ilha caribenha a representantes de dois dos credores de Cuba, concretamente França e Japão, e aos conselheiros comerciais da China, Espanha, Itália, Canadá, Brasil e desses dois países.
"El País" cita as impressões especialmente da Itália, segundo as quais "Cuba poderia ser insolvente em 2011", enquanto o vazamento do WikiLeaks atribui ao conselheiro chinês a frase que a rigidez econômica cubana é "uma dor de cabeça".
Os conselheiros explicam que Cuba poderia se ver obrigada a realizar reformas similares às efetuadas em uma situação quase de emergência do começo dos anos 90, quando a revolução cubana "quase quebra", assinala o jornal.
Estes vaticínios sombrios contradizem a situação financeira "oficial", que põe as esperanças nas reformas previstas pelo regime castrista e na progressiva "descentralização" da gestão empresarial incluída nessas mudanças.
No entanto, os papéis filtrados da diplomacia americana pelo WikiLeaks insistem também na crescente e negativa intervenção das Forças Armadas cubanas na economia em prejuízo da influência das empresas estatais.
"A economia cubana é progressivamente manuseada por engenheiros militares que são capazes de levar o dia a dia dos negócios, mas não têm a visão de promover reformas que tirem o país da desordem econômica e da economia centralizada", assinala Jonathan Farrar, chefe do Escritório de Interesses dos Estados Unidos, em suas declarações vazadas.