Autoridades judiciais americanas iniciaram investigação sobre os vínculos entre BP e fiscais federais (Andrew Yates/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
Washington - Autoridades judiciais americanas iniciaram uma investigação sobre os estreitos vínculos entre a companhia britânica BP e fiscais federais que contribuíram para causar o catastrófico vazamento de petróleo no Golfo do México, informa nesta quarta-feira o Washington Post.
O grupo de investigadores, chamado "esquadrão BP", que viajou para Nova Orleans (sul dos EUA), é integrado por funcionários da Agência de Proteção Ambiental, da Guarda Costeira e de outras agências federais, informaram as fontes ao Post.
Além da BP, outras empresas estão no centro da investigação, que está em suas primeiras etapas, indica o diário.
São investigadas a Transocean - que arrendou a plataforma 'Deepwarter Horizon' da empresa britânica- e a gigante da engenharia Halliburton -que tinha terminado de cimentar o poço menos de dois dias antes da explosão da plataforma, no dia 20 de abril.
Os investigadores analisam milhares de documentos fornecidos pelas empresas, interrogam seus funcionários e tentam descobrir os responsáveis por várias operações na plataforma.
As autoridades também tentam estabelecer se funcionários das empresas deram declarações falsas aos fiscais, obstruíram a justiça ou falsificaram resultados de testes com dispositivos da plataforma para prevenir explosões, indicou o jornal.
O Washington Post cita fontes que indicam que uma das linhas de investigação tenta determinar se os inspetores do Serviço de Gestão de Minerais (MMS, siglas em inglês, a agência federal encarregada de regular a indústria petroleira) deixaram passar supostas falhas em troca de dinheiro ou de outros favores das empresas.
Várias auditorias federais registraram os estreitos vínculos dos funcionários do MMS com a indústria.
Esta investigação é uma das várias iniciadas após a explosão e naufrágio da plataforma da BP, que causou o maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos, incluindo uma do Departamento de Justiça anunciada em junho pelo procurador-geral, Eric Holder, e as investigações penais iniciadas nos estados de Louisiana, Mississipi e Alabama.