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Washington inicia reabertura em dia que Trump fala sobre a China

Com poucos casos, capital americana autoriza funcionamento de restaurantes e lojas da varejo. Na seara política, Trump convocou uma coletiva sobre a Ásia

TRUMP EM DC: enquanto a capital reabre após dois meses em isolamento, presidente pode impor novas restrições à China (Carlos Barria/File Photo/Reuters)

TRUMP EM DC: enquanto a capital reabre após dois meses em isolamento, presidente pode impor novas restrições à China (Carlos Barria/File Photo/Reuters)

Felipe Giacomelli

Felipe Giacomelli

Publicado em 29 de maio de 2020 às 06h44.

Última atualização em 29 de maio de 2020 às 16h58.

Com mais de 1,7 milhão de casos confirmados de covid-19 e 101.500 mortos, os Estados Unidos começam a relaxar as restrições impostas na capital do país, Washington DC. A partir desta sexta-feira, 29, vários negócios considerados não essenciais poderão retomar suas atividades em Washington após quase dois meses de quarentena. A prefeita Muriel Bowser afirmou que a reabertura será gradual e cautelosa para evitar novos picos do novo coronavírus.

Restaurantes poderão atender ao ar livre com mesas a 1,80 metro de distância e lojas de varejo só poderão receber clientes na calçada. Barbearias e salões de beleza, só clientes com hora marcada, e com manicures ainda vetadas. Aglomerações de mais de dez pessoas estão proibidas, incluindo cultos religiosos.

A sexta-feira será também agitada no centro político americano. Além dos protestos em Minneapolis e as desavenças da Casa Branca com o Twitter, que estão tomando o noticiário do país, o presidente Donald Trump marcou para hoje uma coletiva de imprensa onde diz que irá se manifestar sobre as restrições da China a Hong Kong.

O Parlamento chinês passou nesta semana uma lei sobre segurança nacional em Hong Kong que, segundo seus críticos, pode restringir a liberdade da ilha. Hong Kong é um território autônomo desde que deixou de ser colônia do Reino Unido, em 1997. A ameaça de restrições vindas da China levou às ruas no ano passado milhares de habitantes da ilha, sobretudo estudantes. Os protestos foram interrompidos por causa do coronavírus, mas, mesmo com a doença ainda um risco, manifestantes voltaram a protestar nesta semana após a decisão de Pequim. O secretário de estado Mike Pompeo disse nesta semana que, com a nova lei, Hong Kong não era mais autônoma perante a China.

Trump não deu detalhes sobre a coletiva, mas o temor nos mercados é de que o presidente americano possa impor restrições à China e acirrar a guerra comercial entre os países. Uma possibilidade ainda não confirmada é que os EUA retire o tratamento especial a Hong Kong, que não sofre as mesmas restrições e tarifas comerciais direcionadas à China continental.

Até ontem, na capital Washington DC, eram menos de 8.500 casos confirmados e 450 mortos. Nos estados vizinhos de Maryland e Virgínia, nos quais muitas pessoas trabalham em DC, o número sobe para 8.500 casos e 450 mortos, e com um grande percentual de testes positivos sendo registrados. Ainda assim, por enquanto, a capital americana não está no foco das preocupações de coronavírus nos EUA, com os olhos mais voltados para as decisões políticas que afetam o resto do país e do mundo do que para o número de casos.

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