Malaysia Airlines: estatísticas de 2014 da Iata não incluíram o desaparecimento do voo MH17 da companhia (Manan Vatsyayana/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2015 às 08h56.
Singapura - O ano passado foi o mais seguro na história da aviação comercial em algumas medições, apesar de dois acidentes de grande destaque envolvendo aeronaves da Malaysia Airlines, nos quais centenas de pessoas morreram, disse um importante órgão da indústria nesta segunda-feira.
Apesar de mais pessoas terem morrido em acidentes aéreos em 2014 do que na média dos últimos anos, o número de acidentes fatais, comparado com o número total de voos, teve uma mínima recorde, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata).
"Enquanto a segurança da aviação estava nas manchetes em 2014, os dados mostram que os voos continuam a melhorar a performance de segurança", disse Tony Tyler, diretor-geral e presidente-executivo da Iata, em nota.
A Iata, que representa cerca de 250 empresas aéreas, disse em um relatório anual de segurança que houve 12 acidentes fatais em 2014, com 641 mortes, contra 19 acidentes fatais, com 517 mortes por ano em um período de 5 anos entre 2009 e 2013.
As estatísticas de 2014 da Iata não incluíram o desaparecimento do voo MH17 da Malaysia Airlines, que foi derrubado por um míssil na Ucrânia em junho do último ano, que não foi classificado como acidente. Todas as 298 pessoas a bordo morreram.
"Para o público uma tragédia aérea é uma tragédia aérea, independentemente de como é classificada", disse Tyler. "Em 2014 nós vimos uma redução no número de acidentes fatais - e isto seria verdade mesmo se incluíssemos o MH17 no total", completou.
O outro acidente bastante conhecido de 2014, o desaparecimento do voo MH370 da Malaysia Airlines, que saia de Kuala Lumpur para Pequim em 8 de março de 2014 com 239 passageiros e tripulação, se tornou um dos maiores mistérios na história da aviação.
Uma busca extensiva no sul do oceano índico, onde dados de satélites mostraram que o Boeing 777-200ER foi parar após divergir do plano de voo original, não encontrou nenhum sinal da aeronave. Um relatório investigativo divulgado no domingo não revelou nada novo.
A Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO), órgão das Nações Unidas que regula a aviação global, propôs após o voo MH370 que aeronaves comerciais reportassem suas posições a cada 15 minutos, no lugar da regra atual, na qual as posições são reportadas a cada 30 a 40 minutos.
Tyler disse a repórteres em Hong Kong que tal sistema seria implantado até novembro de 2016. As companhias aéreas adiaram a primeira data proposta pela ICAO, que seria até dezembro de 2015.
"No momento não existe tecnologia que possa rastrear aeronaves em qualquer lugar do mundo o tempo todo... estas coisas não acontecem rápido", disse Tyler.