Volodymyr Zelensky (esquerda) e Jens Stoltenberg (direita) durante entrevista coletiva de 11 de julho de 2024 (ROBERTO SCHMIDT/AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 12 de julho de 2024 às 07h39.
Última atualização em 12 de julho de 2024 às 07h42.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta quinta-feira que a adesão de seu país à OTAN está "muito próxima", depois que os membros da aliança militar a consideraram irreversível.
"Estamos muito perto de nosso objetivo. O próximo passo será o convite (para ingressar na Otan) e depois a adesão", afirmou Zelensky em uma entrevista coletiva ao lado do secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, na cúpula que ela realizou em Washington.
Zelensky admitiu que dificilmente seu país poderá entrar na Otan enquanto a guerra com a Rússia continuar, mas disse estar confiante de que a Ucrânia "prevalecerá" diante da invasão da Rússia.
Otan formaliza adesão da Suécia, com bandeira içada na sede da aliançaNa quarta-feira, os líderes do bloco mostraram união em relação à defesa de longo prazo da Ucrânia, prometendo pelo menos mais 40 bilhões de euros em apoio militar para o país no próximo ano e declarando a adesão como algo "irreversível".
Zelensky, que foi convidado para o segundo dia da cúpula nesta quinta-feira, elogiou os "sucessos concretos" alcançados na cúpula, como a entrega de cinco baterias antimísseis Patriot para a Ucrânia.
Ele ficou particularmente satisfeito com o fato de o comunicado da cúpula ter declarado que o caminho da Ucrânia para a adesão à Otan era irreversível, algo que ele mesmo havia solicitado.
"Estamos fazendo e continuaremos a fazer tudo para garantir que chegará o dia em que a Ucrânia será convidada e se tornará membro da Otan", reiterou.
Perguntado se os aliados suspenderiam as restrições ao uso de mísseis fornecidos à Ucrânia para atacar o território russo, Zelensky disse que era "loucura" o fato de os militares ucranianos não poderem responder contra as bases a partir das quais a Rússia atacou alvos como o hospital pediátrico destruído nesta semana.
Stoltenberg, por sua vez, afirmou que "não há dúvida de que a Ucrânia tem o direito de usar as armas que recebeu" para atacar "alvos legítimos", e pediu para que não seja esquecido que foi a Rússia que invadiu a Ucrânia, violando a lei internacional.
Zelensky também foi questionado sobre o encontro planejado entre o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, e o ex-presidente dos EUA e candidato a voltar à Casa Branca, Donald Trump, após as visitas que o líder húngaro fez a Kiev, Moscou e Pequim.
No último dia 1º, a Hungria assumiu a presidência semestral do Conselho da União Europeia.
O presidente ucraniano disse que não sabia que Orbán, depois de visitá-lo em Kiev, viajaria para a Rússia - algo que o presidente húngaro descreveu como uma "missão de paz".
"Eu não sabia que ele viajaria para ver (o presidente russo, Vladimir Putin) e depois para a China. Agora ele falou com Trump. A questão é para onde ele vai amanhã. Eu não sei", declarou.
De qualquer forma, ele deixou claro que, "com todo o respeito devido a todos os países, grandes e pequenos, é preciso entender que nem todo líder pode conduzir negociações".
"É preciso ter um certo poder para fazer isso", concluiu.