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Volkswagen pode fechar fábricas na Alemanha pela primeira vez em 87 anos

Maior montadora da Europa enfrenta demanda menos aquecida na região e concorrência pesada da China

A VW emprega cerca de 300.000 pessoas na Alemanha — pouco menos da metade do seu total global

A VW emprega cerca de 300.000 pessoas na Alemanha — pouco menos da metade do seu total global

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 3 de setembro de 2024 às 06h03.

Última atualização em 3 de setembro de 2024 às 07h46.

A Volkswagen está considerando fechar fábricas na Alemanha pela primeira vez em seus 87 anos de história. O presidente-executivo Oliver Blume alertou que a indústria automotiva europeia estava em uma "situação muito séria".

Segundo o Financial Times, a medida ocorre após um programa de corte de custos lançado no ano passado ter ficado aquém do necessário, já que a empresa só conseguiu reduzir despesas gerais oferecendo aos funcionários pacotes de aposentadoria antecipada por causa de acordos com o influente sindicato de trabalhadores da companhia

"O ambiente econômico ficou ainda mais difícil, e novos concorrentes estão entrando no mercado europeu. Nesse ambiente, nós, como empresa, agora devemos agir decisivamente", disse Blume.

A empresa disse que planejava voltar atrás em sua promessa de não cortar empregos na Alemanha até 2029, em uma medida que a colocaria em rota de colisão com o sindicato.

A demanda menor do que o esperado por veículos elétricos na Europa atingiu as montadoras da região, incluindo a VW, que também está lutando com uma participação de mercado cada vez menor na China, seu mercado mais lucrativo.

A Volks anunciou em junho passado que queria cortar € 10 bilhões em custos até 2026, pois estabeleceu uma meta para que as margens operacionais atingissem 6,5% no mesmo ano. No primeiro semestre de 2024, as margens operacionais da marca VW caíram para 2,3%.

Situação na Alemanha

A VW emprega cerca de 300.000 pessoas na Alemanha — pouco menos da metade do seu total global. Manter empregos é uma das principais prioridades do estado alemão da Baixa Saxônia, que detém 20% da empresa, e muitas vezes ficou do lado do conselho de trabalhadores da empresa, que detém metade dos assentos no conselho de supervisão da VW.

Daniela Cavallo, presidente do conselho de trabalhadores da VW, emitiu uma nota aos funcionários na segunda-feira alertando que a gerência estava considerando fechar as fábricas alemãs.

"Como resultado, o conselho executivo agora está questionando as fábricas alemãs, os acordos salariais coletivos internos da VW e o programa de segurança no emprego em execução até o final de 2029", disse Cavallo, cujo conflito com o ex-presidente-executivo da VW, Herbert Diess, contribuiu para sua demissão em 2022.

O momento turbulento acontece no momento em que a Volks enfrenta menor demanda tanto em seu mercado doméstico quanto na China, e também novos concorrentes entrando no mercado europeu. Vários fabricantes chineses de veículos elétricos, como a BYD, fizeram planos para entrar na Europa, enquanto a VW e outras marcas tradicionais correm para desenvolver veículos elétricos mais baratos, coisa que os chineses já estão fazendo com sucesso.

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