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"Você quer que eu cruze a linha?", perguntou Trump antes de fazer história

É um degrau de cimento, com alguns centímetros de altura, que representam a fronteira mais hermética do mundo

Coreia do Norte: Trump acabou chegando à linha de demarcação alguns segundos antes de Kim Jong Un (Kevin Lamarque/Reuters)

Coreia do Norte: Trump acabou chegando à linha de demarcação alguns segundos antes de Kim Jong Un (Kevin Lamarque/Reuters)

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AFP

Publicado em 30 de junho de 2019 às 13h21.

Última atualização em 30 de junho de 2019 às 13h23.

"Você quer que eu cruze a linha?" "Me sentirei muito honrado se você cruzar". Com essas palavras, Donald Trump e Kim Jong Un cumpriram, neste domingo, na fronteira entre as duas Coreias, uma noca aproximação, aparentemente espontânea, que parecia inverossímil até o último momento.

É um degrau de cimento, com alguns centímetros de altura, que representam a fronteira mais hermética do mundo. Donald Trump atravessou-o neste domingo, escrevendo história ao lado de seu "amigo" norte-coreano.

Um presidente americano em exercício nunca tinha pisado no solo da Coreia do Norte, que enfrentou sua vizinha do Sul entre 1950 e 1953, em um violento conflito, concluído com um armístico, mas até hoje sem tratado de paz.

O emblemático povoado de Panmunjom, onde a trégua foi assinada, também foi o palco escolhido para esta terceira reunião Trump-Kim.

Se o resumo que Donald Trump fez à imprensa for verdade, esses poucos passos no território norte-coreano não tinham sido combinados antecipadamente quando ele cumprimentou Kim Jong Un.

"Eu disse: 'Quer que eu cruze a linha?' Ele respondeu: 'Me sentirei muito honrado se você cruzar". Eu realmente não sabia o que ele ia me dizer", disse o presidente americano após ter acompanhado Kim a seu país, ao fim de uma reunião que, ao todo, durou pouco mais de uma hora.

De acordo com um dispositivo adotado pelo governo, cidadãos americanos não estão autorizados a visitar a Coreia do Norte.

Donald Trump enviou, contudo, um convite por Twitter a Kim Jong Un para vê-lo na Zona Desmilitarizada, a famosa "DMZ" que separa as duas Coreias.

O inquilino da Casa Branca garantiu não saber se Kim iria responder quando publicou seu tuíte. "Se não tivesse vindo, a imprensa não ia me perdoar", afirmou.

Este convite de última hora foi considerado "interessante" no sábado por um alto responsável de Pyongyang, mas teve que esperar até meados de domingo para que o encontro fosse confirmado oficialmente pela... Coreia do Sul - pouco mais de três horas antes de acontecer.

Trump adiantado

Este encontro com ares de improviso se diferenciou das duas cúpulas Trump-Kim anteriores, em Singapura e Hanói, meticulosamente coreografadas.

Em Singapura, os dois apareceram ao mesmo momento de cada lado de um cenário antes de se encontrarem no centro para seu primeiro aperto de mãos, diante do mesmo número exato de bandeiras dos dois países.

Desta vez, ninguém sabia bem quando iriam iniciar sua longa caminhada um em direção ao outro, segundo gestos feitos por autoridades americanas em direção aos norte-coreanos.

Evidentemente se esforçando para andar devagar, Trump, que chegou à pé da Coreia do Sul, acabou chegando à linha de demarcação alguns segundos antes de Kim Jong Un, vestido como de costume com um traje escuro, com gola Mao.

Apertaram as mãos, conversaram brevemente e logo Donald Trump pisa no degrau de cimento antes de cruzar para o Norte, sozinho, já que os fotógrafos e cinegrafistas que lhe acompanham precisaram ficar no Sul.

Na volta, Donald Trump murmura algo no ouvido do norte-coreano, que começa a rir. Os dois saem para uma reunião em um prédio localizado no Sul.

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