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Vitória sobre o grupo EI será anunciada "em alguns dias"

A informação é de um comandante da aliança curdo-árabe que luta contra os extremistas entrincheirados no último reduto de seu "califado"

EI: "Em um prazo muito curto, não mais do que alguns dias" (Dado Ruvic/Reuters)

EI: "Em um prazo muito curto, não mais do que alguns dias" (Dado Ruvic/Reuters)

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AFP

Publicado em 16 de fevereiro de 2019 às 14h25.

A vitória sobre o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria será anunciada "em alguns dias", afirmou neste sábado (16) um comandante da aliança curdo-árabe que luta contra os extremistas entrincheirados no último reduto de seu "califado".

"Em um prazo muito curto, não mais do que alguns dias, anunciaremos oficialmente o fim da existência do EI", declarou o comandante da força curdo-árabe, Yia Furat, em entrevista coletiva na base de Al-Omar.

Segundo este comandante das Forças Democráticas Sírias (FDS), os extremistas estão entrincheirados em "um bairro (cuja superfície) está estimada em 700 metros de comprimento e 700 metros de largura", ou seja, meio quilômetro quadrado, na localidade de Baghuz, no leste do país.

O EI conquistou em 2014 amplas zonas e grandes cidades de Síria e Iraque, de uma superfície comparável a um país como o Reino Unido. Mas o seu autoproclamado "califado" ficou reduzido agora a algumas centenas de extremistas, cercados em seu último reduto da província de Deir Ezzor.

As FDS e a coalizão antiextremista liderada pelos Estados Unidos que as apoia reconheceram neste sábado que a presença de "muitos civis" freia o seu avanço.

"Escudos humanos"

Há "muitos civis dentro" do reduto defendido pelos extremistas, havia indicado pouco antes à AFP um porta-voz das FDS, Adnan Afrin.

"Nos surpreendemos ao ver muitos civis emergindo dos túneis" cavados pelo EI, acrescentou.

"Não contávamos com tantos (...) por isso (a operação) vai mais devagar", disse.

"Centenas de civis continuam fugindo e os que conseguiram escapar explicam que o EI os usa como escudos humanos", explicou à AFP o coronel Sean Ryan, porta-voz da coalizão antiextremista, liderada por Washington. Os bombardeios foram "reduzidos para ajudar na proteção desses civis", acrescentou.

Desde o lançamento, em dezembro, da ofensiva das FDS para eliminar o último reduto do "califado", 40.000 pessoas fugiram da zona de combates.

Entre elas estão muitos membros das famílias dos extremistas, alguns deles franceses, alemães, russos, ucranianos e muitos iraquianos, constataram jornalistas da AFP.

- Combatentes em túneis -

"Há uma cisão entre os combatentes extremistas locais e estrangeiros no terreno. Os extremistas locais querem abandonar, enquanto os estrangeiros impedem qualquer rendição", indicou Afrin à AFP.

"Iraquianos, turcos e europeus", assim como egípcios e líbios, ainda estão presentes no setor, de acordo com este porta-voz das FDS.

Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), as FDS seguem rastreando os campos nos arredores de Baghuz "buscando combatentes do EI escondidos em túneis".

As FDS têm que "desminar e se manter atentas aos combatentes do EI que poderiam se explodir ou atacar suas posições com carros ou motos cheios de explosivos", segundo o coronel Ryan.

Cerca de 440 extremistas se renderam nestes dois últimos dias, de acordo com o OSDH, mas este número não pôde ser confirmado com as FDS.

Paralelamente a este anúncio, o vice-presidente americano, Mike Pence, prometeu que os Estados Unidos continuarão trabalhando contra "os remanescentes do EI" em longo prazo, apesar da retirada anunciada de 2.000 soldados americanos da Síria.

"Os Estados Unidos manterão uma forte presença na região" e "continuarão trabalhando com todos os seus aliados para perseguir os remanescentes do EI onde quer que estejam", disse Pence na Conferência de Segurança de Munique.

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