Dilma e Temer: vice-presidência é do PMDB, que deu 100% de apoio ao governo (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2011 às 15h19.
São Paulo – A aprovação do salário mínimo de R$ 545,00 foi uma vitória expressiva do Governo Dilma, que ganhou fôlego no primeiro ano para aprovar reformas que demandam quorum qualificado.
A avaliação é do professor da PUC-SP e analista político da Tendências Consultoria, Rafael Cortez, que participou nesta quinta-feira (17) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.
“Foi uma vitória bastante expressiva, seja do ponto de vista político na relação do governo com a base aliada, seja em relação às expectativas do mercado em torno de um possível ajuste fiscal que o governo Dilma deve implementar em 2011”, diz Cortez.
O analista acredita que o governo Dilma deu uma demonstração de força e que agora pode partir para projetos mais ousados. “O governo mostrou força e há sinais de um fôlego pelo menos durante um primeiro ano de tentativas com algum êxito de adotar reformas mais importantes que demandam um quorum mais qualificado. É evidente que esse capital político não dura ao longo de uma legislatura, haverá conflitos entre o governo e a base e aí o fôlego reformista vai naturalmente diminuindo.”
A adesão de 100% dos deputados do PMDB à proposta do governo deve gerar uma pressão por cargos no segundo escalão. “É natural que isso exista. A Dilma adotou uma estratégia inicial de ‘confronto’, acreditando muito na importância da vice-presidência, que hoje é do PMDB e, portanto, o partido não precisaria de mais ministérios pois já está representado dentro do Planalto. Agora, o PMDB vai mostrar que está apoiando as principais medidas e é natural que exista uma distribuição mais favorável para o partido em possíveis mudanças ministeriais ou em comando de autarquias e no segundo escalação”, avalia o professor da PUC-SP.
Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem ao lado), Rafael Cortez analisa o papel do deputado Vicentinho, ex-presidente da CUT, que teve a missão de defender o reajuste proposto pelo governo, e o erro do deputado Tiririca, que queria votar a favor do salário mínimo de R$ 545,00, mas apertou o botão errado.