Netanyahu venceu as eleições e vai para seu quinto mandato como primeiro-ministro de Israel (Leah Millis/Reuters)
Reuters
Publicado em 10 de abril de 2019 às 12h31.
Washington — presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que a reeleição do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, após uma eleição nacional melhora as chances de paz entre Israel e os palestinos.
"Todo mundo diz que você não pode ter paz no Oriente Médio, com Israel e os palestinos", disse Trump a repórteres na Casa Branca.
"Acho que temos uma chance. Acredito que agora temos mais chances com Bibi tendo vencido", disse Trump, referindo-se a Netanyahu, que lidera o partido conservador Likud, por seu apelido.
Netanyahu assegurou um caminho claro para a reeleição nesta quarta-feira, que representaria um quinto mandato recorde no cargo, com partidos religiosos de direita prontos para conceder-lhe uma maioria parlamentar, apesar de uma disputa acirrada com seu principal desafiante, um ex-general de centro, de acordo com os resultados oficiais.
"Ele tem sido um grande aliado e é um amigo. Eu gostaria de parabenizá-lo por uma eleição bem pensada", disse Trump.
Durante a campanha eleitoral, Netanyahu destacou sua estreita relação com Trump, que encantou israelenses e irritou palestinos ao reconhecer Jerusalém como a capital de Israel em 2017 e transferindo a embaixada dos EUA para a cidade sagrada em maio de 2018.
A última rodada de conversações de paz mediadas pelos EUA entre Israel e os palestinos entrou em colapso em 2014.
Uma equipe liderada pelo assessor e genro de Trump, Jared Kushner, está trabalhando em um plano de paz israelo-palestino, mas não divulgou detalhes.
O principal negociador palestino, Saeb Erekat, disse em referência à eleição: "Israelenses votaram para preservar o status quo. Eles disseram 'não' à paz e 'sim' à ocupação".
Os palestinos exigem um retorno total às fronteiras de antes da guerra de 1967, quando Israel tomou a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza.
Netanyahu disse no sábado que iria anexar assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada caso conquistasse outro mandato.