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Vítimas de padre pedófilo francês pedem audiência ao Papa

Os autores da carta foram vítimas de agressões sexuais cometidas pelo padre Bernard Preynat contra jovens escoteiros de Lyon entre 1986 e 1991


	Papa: "Apelamos, portanto, ao Papa. Não cabe a nós pedir a renúncia do cardeal Barbarin, mas ao Papa decidir sobre isso"
 (Max Rossi / Reuters)

Papa: "Apelamos, portanto, ao Papa. Não cabe a nós pedir a renúncia do cardeal Barbarin, mas ao Papa decidir sobre isso" (Max Rossi / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2016 às 10h45.

As vítimas francesas de um padre pedófilo escreveram nesta segunda-feira ao Papa Francisco para pedir uma audiência privada e explicações sobre a gestão do caso pelo cardeal de Lyon (leste da França) Philippe Barbarin, acusado de não denunciar os crimes em questão.

"Nós já não temos confiança em nossa diocese, que é o juiz e júri neste caso", explicou Bertrand Virieux, membro da associação de vítimas.

"Apelamos, portanto, ao Papa. Não cabe a nós pedir a renúncia do cardeal Barbarin, mas ao Papa decidir sobre isso", acrescentou.

Os autores da carta foram vítimas de agressões sexuais cometidas pelo padre Bernard Preynat contra jovens escoteiros de Lyon entre 1986 e 1991.

Preynat foi acusado em 27 de janeiro após reconhecer os fatos.

Suas vítimas denunciam a "omertà" que encobriu por décadas o padre pedófilo e criticam a atitude das autoridades da diocese durante 25 anos.

Desta forma, entraram com uma ação contra vários líderes da diocese, incluindo Barbarin, por não denunciarem os crimes.

Na sequência desta ação, a justiça francesa abriu uma investigação por "falta de denúncia" e por "colocar em perigo a vida dos outros".

Barbarin, arcebispo de Lyon desde 2002, argumentou que não tinha responsabilidades no momento dos fatos e que apenas soube de "rumores" em 2007.

De acordo com a diocese de Lyon, Barbarin só recebeu um primeiro depoimento de uma vítima em meados de 2014, depois de ordenar uma investigação e pedir a opinião do Vaticano. Ele afastou de "todas as formas de ministério" o padre acusado em maio de 2015.

Barbarin recebeu o apoio do Vaticano.

"As muitas vítimas não conseguem entender" esse apoio, segundo escreveram em sua carta ao Papa.

"Elas querem entender como um homem pode cometer esses atos hediondos contra crianças sem que sua hierarquia" reagisse para evitar outras vítimas.

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