Membros de movimento nacionalista japonês marcham com bandeiras do país em santuário: China convocou embaixador do país para protestar (Issei Kato/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2013 às 09h47.
Tóquio - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, enviou uma oferenda a um santuário pelos mortos de guerra nesta quinta-feira, aniversário da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, enquanto membros do gabinete visitaram pessoalmente o local, provocando duras reclamações da China e da Coreia do Sul e colocando em risco a tentativa de melhorar os laços entre os países.
Abe tenta não inflamar a tensão com a China e a Coreia do Sul ao mesmo tempo em que sustenta uma ideologia conservadora, compartilhada por seus partidários. Mas pelo menos três ministros e dezenas de parlamentares prestaram suas homenagens ao Santuário Yasukuni, visto como um símbolo do Japão militarista do passado.
"Eu pedi ao meu assessor especial... para fazer uma oferta em meu nome com um sentimento de gratidão e respeito por aqueles que lutaram e deram suas vidas preciosas pelo país", disse Abe a jornalistas em seu gabinete.
"A respeito de quando eu poderei ir ao Santuário Yasukuni, ou se vou ou não, eu não vou falar, já que isso não deve tornar-se uma questão política ou diplomática", disse ele depois que seu assessor do Partido Liberal Democrático (LDP) depositou a oferenda em nome de "Shinzo Abe, líder do LDP." As visitas de políticos de alto escalão ao santuário têm causado indignação na China e na Coreia do Sul, porque o santuário homenageia 14 líderes de guerra japoneses condenados como criminosos de guerra por um tribunal dos Aliados.
A China convocou o embaixador japonês para expressar seu protesto.
"Não importa de que forma ou sob qual identidade os líderes políticos japoneses visitam o Santuário Yasukuni, é sempre uma tentativa intrínseca de negar e embelezar a história de invasão dos militaristas japoneses", disse o Ministério das Relações Exteriores da China em comunicado.
China e Coreia sofreram sob o domínio japonês, com partes da China sendo ocupadas a partir de 1930 e a Coreia colonizada entre 1910 e 1945. Líderes japoneses pediram desculpas no passado, mas muitos na China e na Coreia do Sul duvidam da sinceridade das desculpas, em parte por causa de declarações contraditórias por parte de políticos.