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Violência sexual no Haiti é problema de saúde pública, diz MSF

Quatro em cada cinco pessoas que buscaram auxílio médico e psicológico gratuito na clínica do grupo humanitário foram estupradas

Médicos Sem Fronteiras: "Gostaríamos que a violência sexual fosse reconhecida como um problema de saúde pública" (Denis Balibouse/Reuters)

Médicos Sem Fronteiras: "Gostaríamos que a violência sexual fosse reconhecida como um problema de saúde pública" (Denis Balibouse/Reuters)

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Reuters

Publicado em 19 de julho de 2017 às 17h52.

Bogotá - A crescente violência sexual no Haiti contra mulheres e crianças, incluindo algumas muito novas, deve ser tratada como uma questão de saúde pública e mais cuidados devem ser disponibilizados para sobreviventes, disse grupo humanitário Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Mais de 1.300 sobreviventes de violência sexual que haviam sido tratados em uma clínica administrada pelo MSF na capital haitiana, Porto Príncipe, desde que foi aberta em maio de 2015 são mais jovens que 25 anos, e mais da metade é formada por crianças, de acordo com relatório do MSF deste mês.

Quatro em cada cinco pessoas que buscaram auxílio médico e psicológico gratuito na clínica MSF Pran Men'm foram estupradas.

"Gostaríamos que a violência sexual fosse reconhecida como um problema de saúde pública porque não há muitos serviços de saúde e assistência disponíveis para pacientes", disse Carl Frederic Casimir, vice-coordenador médico da clínica.

A clínica 24 horas recebe uma média de 80 sobreviventes de violência sexual por mês, fornecendo contraceptivos emergenciais e drogas antirretrovirais para prevenir a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, incluindo HIV/Aids.

Casimir disse que viu até crianças de dois anos de idade sendo tratadas na clínica por agressões sexuais.

"Esta é a parte mais perturbadora disto, os menores. Na maior parte do tempo com as crianças, são pessoas (os agressores) que eles conhecem", disse Casimir à Thomson Reuters Foundation.

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