Sodado registra habitantes de Darfur, no Sudão: Darfur é palco desde 2003 de violentos confrontos entre o exército e as tribos de um lado, e rebeldes do outro (Albert Gonzalez Farran/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2013 às 10h07.
Al Fasher - Quase dois milhões de pessoas foram deslocadas pelo conflito em Darfur, a província ocidental do Sudão, que vive um ressurgimento da violência, indicou nesta segunda-feira um alto funcionário da ONU.
"Nós estimamos o número de deslocados em quase 1,9 milhão, e há 1,3 milhão de pessoas afetadas pela violência ou pela insegurança alimentar", declarou Ali Al-Zatari.
"Isso totaliza 3,2 milhões de sudaneses de Darfur que necessitam" de ajuda humanitária, disse Zatari a líderes de uma comissão responsável pelo acompanhamento da implementação de um acordo de paz assinado em 2011 no Catar entre o governo sudanês e os rebeldes nesta província.
Contudo, este acordo foi rejeitado pelas mais importantes facções rebeldes.
As Nações Unidas já haviam afirmado no mês passado que os confrontos tribais e os combates entre rebeldes e tropas do governo em Darfur provocaram o deslocamento de 460.000 pessoas este ano.
O governo sudanês parece impotente contra essas tribos, que ele mesmo armou para lutar contra os rebeldes que atuam na região há dez anos, mas que agora disputa entre si por terras, água e direitos minerários.
Darfur é palco desde 2003 de violentos confrontos entre o exército e as tribos de um lado, e rebeldes do outro.
Esse conflito longo e devastador fez pelo menos 300.000 mortos, segundo a ONU. Cartum fala de cerca de 10.000 mortes.
Há vários meses, os combates entre tribos experimentaram um ressurgimento da violência, a principal ameaça para a segurança da região, de acordo com as autoridades.