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Violência ligada ao "gasolinazo" causa 1.500 detenções no México

"O aumento da gasolina impactou e provocou um grande descontentamento", afirmou governador

México: o aumento da gasolina impactou e provocou um grande descontentamento (bpperry/Thinkstock)

México: o aumento da gasolina impactou e provocou um grande descontentamento (bpperry/Thinkstock)

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EFE

Publicado em 7 de janeiro de 2017 às 09h36.

Cidade do México - Os distúrbios ligados aos protestos contra o aumento dos combustíveis, que deixaram pelo menos seis mortos e mais de 1.500 detidos, continuaram nesta sexta-feira no México, embora com menor intensidade, enquanto o presidente Enrique Peña Nieto apelou para a compreensão dos cidadãos para a decisão de "optar pelo mal menor".

Até agora o maior protesto foi registrado em Monterrey, capital do estado de Nuevo León, onde os distúrbios e saques a lojas registrados na quinta-feira à noite e na madrugada da sexta-feira deixaram 182 detidos, 15 feridos e 27 lojas saqueadas, informaram as autoridades.

"O aumento da gasolina impactou e provocou um grande descontentamento", afirmou o governador Jaime Rodríguez Calderón em entrevista coletiva para apresentar um balanço dos motins derivados dos protestos.

No entanto, ele afirmou que não permitirá mais vandalismo nem mais saques. "E todos aqueles que participaram dos saques vão ser perseguidos", enfatizou.

Na tarde da quinta-feira tinham sido convocadas pelo menos seis manifestações na área metropolitana de Monterrey para protestar contra o aumento de preços de entre 14% e 20% para gasolina e diesel decretado pelo governo federal e que entrou em vigor em 1º de janeiro.

As manifestações convergiram à tarde na frente do palácio de governo, reunindo mais de 10.000 cidadãos. Um grupo de jovens tentou entrar na sede do poder estadual e agentes da Polícia o impediram.

Isso fez com que os manifestantes jogassem pedras e outros objetos contra o prédio, quebrando seis grandes vitrais com figuras de heróis nacionais que datam do início do século XX. Posteriormente, aconteceram confrontos entre manifestantes e policiais.

No entanto, a chegada de forças federais ao estado de Veracruz e a organização cidadã conseguiram conter nesta sexta os saques na principal região turística, onde nos últimos dias tinham aumentado os protestos contra o que está sendo chamado de "gasolinazo".

Os 250 homens da Polícia Federal e da Gendarmaria Nacional, e centenas de cidadãos e proprietários de lojas da área do porto de Veracruz e Boca del Río, impediram que os atos de vandalismo continuassem.

O governador Miguel Ángel Yunes visitou o Centro Comercial Las Brisas de Veracruz e entregou centenas de vales de 500 pesos (US$ 23,6) para mães de família, como tinha prometido na quinta-feira quando confrontou saqueadores e ofereceu esses vales para tentar apaziguar a insatisfação.

Embora nas primeiras horas de sexta-feira a maioria das lojas abriram suas portas em uma tentativa por normalizar a vida diária, mais tarde mais de 10.000 estabelecimentos baixaram suas portas perante a ameaça de que os saques continuassem.

Até agora as autoridades contam três pessoas mortas em Veracruz. Na quinta-feira dois supostos saqueadores morreram por causa da violência, além de outra pessoa que morreu e uma mais que ficou gravemente ferida ao ser atropelada por uma caminhonete na qual supostos saqueadores fugiam da Polícia, segundo fontes da Polícia.

No estado de Hidalgo, a Procuradoria de Justiça informou que dois manifestantes que bloqueiam a estrada México-Laredo morreram durante os confrontos com a Polícia. Os agentes não conseguiram retirar os manifestantes e o bloqueio persiste.

E nos atos de vandalismo da quarta-feira na Cidade do México um policial morreu e outros cinco ficaram feridos, informou a Secretaria de Segurança Pública da capital.

O presidente Peña Nieto reiterou que o aumento do preço da gasolina foi "uma decisão difícil, impopular, mas necessária".

Ele ressaltou que "às vezes é preciso optar pelo mal menor, e o que o governo decidiu é privilegiar sobretudo as ações e políticas voltadas aos setores mais vulneráveis".

O presidente enfatizou que "não é através do vandalismo nem do roubo que a realidade será alterada", pois com essa atitude "a decompomos ainda mais".

"Devemos invocar a razão e entender, ou pelo menos escutar as razões que levaram a esta decisão, para que nosso país, em unidade, possa enfrentar este desafio e outros que se vão vir ao longo do ano", pediu Peña Nieto à sociedade.

O subsecretário de Governo, René Juárez, disse em mensagem à imprensa que pelos atos de vandalismo "mais de 1.500 pessoas, muitas das quais foram consignadas (acusadas e postas à disposição de um juiz) foram detidas".

Juárez disse que "a soma de esforços dos governos (federal, estadual e municipal) está permitindo conter os atos fora da lei".

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