Mundo

Violência coloca Hong Kong à beira do colapso total, diz polícia

Manifestações relâmpago no centro comercial da cidade reuniram mais de mil manifestantes

Hong Kong: polícia disparou bombas de gás lacrimogênio (Tyrone Siu/Reuters)

Hong Kong: polícia disparou bombas de gás lacrimogênio (Tyrone Siu/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 12 de novembro de 2019 às 10h43.

Hong Kong — A polícia de Hong Kong disparou gás lacrimogêneo no centro do distrito comercial da cidade e em duas universidades, nesta terça-feira, para interromper protestos pró-democracia, que disse estarem colocando o local sob controle chinês "à beira do colapso total".

Os confrontos ocorreram um dia depois de a polícia balear um manifestante à queima-roupa e um homem ser coberto de gasolina e incendiado, em alguns dos piores episódios de violência na ex-colônia britânica em décadas.

Uma manifestação relâmpago de mais de 1 mil manifestantes, muitos usando trajes de escritório e máscaras, se reuniu no distrito comercial pelo segundo dia seguido durante a hora do almoço, interditando ruas abaixo de alguns dos maiores arranha-céus da cidade e de algumas de suas propriedades mais caras.

Depois que eles se dispersaram, a polícia disparou gás lacrimogêneo contra os manifestantes remanescentes na antiga e estreita rua Pedder. A polícia prendeu mais de uma dúzia de pessoas, muitas delas prensadas na calçada contra a parede da joalheria de luxo Tiffany & Co.

Mais tarde a polícia isolou a rua Pedder, que estava calma quando funcionários de escritório começaram a ir para casa.

"Nossa sociedade foi levada à beira do colapso total", disse um porta-voz da polícia em um informe, referindo-se aos dois últimos dias de violência.

O porta-voz disse que "arruaceiros" mascarados cometeram atos "insanos", como atirar lixo, bicicletas e outros destroços em trilhos do metrô e em linhas de energia suspensas, paralisando o sistema de transportes.

Ele disse que o estado do homem incendiado na segunda-feira ainda é grave e apelou por mais informações sobre os responsáveis.

Ainda na segunda-feira, a polícia lançou vários cilindros de gás lacrimogêneo em Central, onde alguns manifestantes bloquearam ruas ladeadas de bancos e joalherias. A maioria não abriu as portas nesta terça-feira.

A polícia também usou gás lacrimogêneo na Universidade da Cidade em Kowloon Tong, abaixo de Lion Rock, e na Universidade Chinesa, do outro lado da montanha, onde manifestantes lançaram coquetéis molotov e tijolos contra a polícia.

Na Universidade da Cidade, manifestantes armazenaram coquetéis molotov e tijolos nas pontes e outros pontos de acesso e estavam fabricando pequenos artefatos com pregos, aparentemente para furar pneus.

Tijolos, outros destroços e pequenas fogueiras se espalhavam pelas ruas dentro e fora da entrada do campus da Universidade Chinesa enquanto a polícia continha alguns manifestantes no solo.

Acompanhe tudo sobre:ChinaHong KongProtestos no mundo

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia