Câmara de execução da prisão de San Quentin, na Califórnia: 50 países ainda mantêm a pena de morte. (AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2011 às 18h01.
Vaticano - Vinte e três países aplicaram a pena de morte em 2010, depois de muitos deles terem evitado executar pessoas durante anos, o que foi considerado um "passo atrás" pela comunidade católica de San Egidio, autora do relatório.
A organização realiza, nesta terça-feira, em Roma, a jornada internacional a favor da vida e contra a pena de morte, para a qual foram convidados cerca de 20 ministros, a maioria da África.
Aproximadamente 1.400 cidades, de 87 países, aderiram à campanha em favor da abolição da pena capital no mundo, explicou um porta-voz da comunidade.
Em 2010, mais dois países decidiram suspender a pena de morte: o Gabão, que a eliminou de sua legislação, e a Mongólia, que aceitou a moratória proposta pela ONU.
No total, 139 países do mundo retiraram a pena de morte da legislação ou deixaram de aplicá-la, enquanto 50 ainda a mantêm.
"Menos da metade dos países que mantiveram a pena capital a aplicaram e em menos de um terço dos países houve condenações à morte nos últimos quatro anos", informou Mario Marazziti, porta-voz da comunidade.
O presidente de San Egidio, Marco Impagliazzo, lamentou, contudo, que devido à crise econômica, surgiu um tipo de "populismo superficial" para defender a pena de morte.
A nova ministra italiana de Justiça, Paola Severino, confirmou que a Itália continuará lutando na linha de frente contra a pena de morte em todas as instâncias competentes.
A Itália trabalha há quase 20 anos em favor da abolição universal da pena capital.
No fim de 2007, o país atuou ativamente para que a Assembleia Geral da ONU aprovasse uma resolução por uma moratória, com 104 votos a favor, 54 contra e 29 abstenções.