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Vice-presidente da Venezuela critica sanções dos EUA

Em sua conta no Twitter, El Aissami escreveu que recebe ação "como um reconhecimento" de sua "condição de revolucionário anti-imperialista"

Tarek El Aissami: ele é acusado de facilitar, proteger e monitorar carregamentos de drogas da Venezuela com destino ao México e EUA (Marco Bello/Reuters)

Tarek El Aissami: ele é acusado de facilitar, proteger e monitorar carregamentos de drogas da Venezuela com destino ao México e EUA (Marco Bello/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 14h11.

O vice-presidente da Venezuela, Tarek El Aissami, rejeitou nesta terça-feira as sanções dos Estados Unidos aplicadas contra ele por tráfico de drogas, classificando-as de "agressão miserável e infame".

"Pessoalmente, recebo esta miserável e infame agressão como um reconhecimento da minha condição de revolucionário anti-imperialista. VENCEREMOS", escreveu El Aissami na rede social Twitter, respondendo ao anúncio do congelamento dos bens que possa ter em território americano. O empresário Samark José Lopez Bello também é alvo de sanções similares.

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos acusa o vice-presidente de facilitar, proteger e monitorar carregamentos de drogas da Venezuela com destino ao México e Estados Unidos, enquanto era ministro do Interior (2008-2012) e governador do estado de Aragua (2012-2017).

Lopez Bello, de acordo com versões apresentadas à imprensa pelo sócio de El Aissami, foi incluído nas sanções, que proíbem qualquer cidadão americano ou empresa de fazer negócios com qualquer um dos listados e 13 empresas.

Mas o vice-presidente considera que a medida é um ataque contra o governo do presidente Nicolas Maduro, cuja popularidade está abalada por uma grave crise, com escassez aguda de alimentos e medicamentos e uma inflação projetada pelo FMI em 1.660% para 2017.

"Essas provocações miseráveis não devem nos distrair da nossa principal tarefa, que é acompanhar @NicolasMaduro na recuperação econômica", disse El Aissami.

"Vamos nos concentrar nas prioridades do governo revolucionário: a recuperação econômica e o crescimento e assegurar a paz e a felicidade social", continuou ele.

El Aissami, um advogado de 42 anos e vice-presidente desde 4 de janeiro, teria supostamente recebido pagamentos do narcotraficante venezuelano Walid Makled, e teria ligações com o violento cartel mexicano Los Zetas, denunciaram os Estados Unidos, que já indiciaram por tráfico de drogas outras autoridades do governo venezuelano.

Maduro deu a El Aissami vários poderes, incluindo o de expropriar bens e nomear vice-ministros, ao mesmo tempo em que dirige o chamado comando "antigolpe", responsável pela prisão de meia dúzia de opositores do governo.

Mas as autoridades americanas afirmaram que as sanções "são o resultado de anos de investigação" e não estão relacionadas com a designação de El Aissami ao cargo de vice-presidente.

O ministro do Interior, Nestor Reverol, ex-diretor do Escritório Nacional Antidrogas (ONA), foi acusado em agosto de 2016 por um tribunal federal de Nova York por supostamente receber pagamentos de traficantes de drogas.

Em maio de 2015, o jornal The Wall Street Journal informou que as autoridades americanas também estavam investigando Diosdado Cabello, um dos mais poderosos líderes do chavismo, por supostas ligações com o tráfico de drogas.

"Eles não podem com a nossa determinação inabalável de sermos LIVRES para semore!! Viva CHAVEZ !! Viva a REVOLUÇÃO BOLIVARIANA !! VENCEREMOS!!", escreveu El Aissami na rede social.

O presidente Maduro ainda não reagiu à decisão do Departamento do Tesouro.

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