Pedro Pablo Kuczynski: o plenário do parlamento debaterá amanhã a renúncia (Jorge Silva/Reuters)
EFE
Publicado em 21 de março de 2018 às 22h26.
Lima - O primeiro vice-presidente do Peru, Martín Vizcarra, confirmou nesta quarta-feira que voltará a Lima para colocar-se "à disposição do país" e cumprir o que manda a Constituição com relação à sucessão presidencial, após a renúncia do presidente Pedro Pablo Kuczynski.
Através da sua conta no Twitter, Vizcarra declarou que está "indignado pela situação atual, como a maioria dos peruanos", após a divulgação de vídeos que revelaram a tentativa de compra de votos de legisladores opositores para impedir a destituição do presidente.
"Mas tenho a convicção que juntos demonstraremos mais uma vez que podemos seguir adiante", destacou Vizcarra, que trabalhava como embaixador do Peru no Canadá desde outubro do ano passado.
O também ex-governador de Moquegua acrescentou que, por isso, retorna ao Peru para colocar-se à disposição do país, "respeitando o que manda a Constituição".
Horas antes, o presidente do Congresso, Luis Galarreta, explicou que o plenário do parlamento debaterá amanhã a renúncia apresentada por Kuczynski e que na sexta-feira tomará o juramento de Vizcarra como sucessor.
Galarreta disse que Vizcarra chegará a Lima na sexta-feira de madrugada, razão pela qual o Congresso votará a renúncia de Kuczynski nesse dia, para evitar um vazio de poder, e imediatamente depois tomará o juramento do ainda vice-presidente.
O titular do Congresso também apresentou hoje uma denúncia, perante o promotor da Nação, contra funcionários, ministros e legisladores gravados oferecendo obras e outros benefícios a um congressista, em troca do seu voto contra a destituição de Kuczynski.
Os legisladores da oposição têm se queixado que Kuczynski não reconheceu nenhuma responsabilidade na conduta dos seus aliados políticos, liderados por Kenji Fujimori, e vários funcionários gravados pelo legislador Moises Mamani, do partido Força Popular.
Antes da renúncia de Kuczynski, a oposição pretendia destitui-lo por seus vínculos com a construtora brasileira Odebrecht, por meio dos quais sua empresa de consultoria Westfield Capital faturou mais de US$ 782.000 entre 2004 e 2007, quando ele era ministro no governo do ex-presidente Alejandro Toledo (2001-2006).